Da REUTERS
Brasília - O PMDB reuniu nesta quarta-feira suas instâncias
partidárias para discutir a reforma política, mas em nota emitida após o
encontro do conselho político a legenda ignorou o pedido da presidente Dilma
Rousseff para que as mudanças sejam feitas por meio de uma consulta popular.
O texto de sete parágrafos não cita em nenhum momento o
apoio do partido para que seja feito um plebiscito ou um referendo para
realizar a reforma.
O presidente da legenda e vice-presidente da República,
Michel Temer, disse ao final da reunião que o Congresso é "o palco
adequado" para se aprovar mudanças no sistema político.
Dilma já disse por diversas vezes que uma reforma política
só teria legitimidade se fosse alvo de uma consulta popular, usando mecanismos
de democracia direta como referendo ou plebiscito.
Questionado sobre a posição da presidente, Temer afirmou que
"pessoalmente" é a favor, mas não quis se comprometer com a posição
do partido no Congresso.
"Vai depender do que o Congresso decidir (a realização
de um referendo). Eu pessoalmente sou a favor da consulta popular, acho que
referenda o que o Congresso fará. É um amalgama, uma mistura que a própria
Constituição já tem entre a democracia representativa e a democracia
direta", afirmou a jornalistas.
Uma das bandeiras da campanha de reeleição de Dilma foi a
reforma política por meio de um plebiscito.
Mas logo depois de eleita a petista flexibilizou um pouco
sua posição dizendo que a reforma também poderia ser feita pelo Congresso e
submetida a um referendo popular.
Segundo a nota emitida após a reunião, o PMDB anunciou que
pretende ouvir vários segmentos da sociedade e da academia para construir sua
proposta de reforma.
Temer afirmou ainda que o PMDB pretende apresentar sua
proposta para a reforma política no início da próxima Legislatura, em fevereiro
de 2015.
"(A reforma política é) para ser votada no ano que vem,
porque convenhamos que se não for votada no ano que vem também fica difícil
votar nos anos subsequentes", disse.
"No começo da Legislatura. Foi o momento que nos
fixamos para que o PMDB possa apresentar a proposta para ao país",
acrescentou.
Uma fonte do PMDB que estava na reunião disse à Reuters,
porém, que o líder do partido na Câmara, Eduardo Cunha (RJ), discordou desse
prazo e afirmou que o correto seria aproveitar o impulso da eleição e aprovar
os projetos relacionados à reforma política ainda neste ano. Cunha teria sido
voto vencido.
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