O Relatório, que marca o fim dos trabalhos da Comissão
relativos à "Arena da Baixada", está disponível na internet, em
www.tce.pr.gov.br, na aba "Imprensa", "Copa de 2014 - Relatórios
e Atas". Com 254 páginas, o estudo faz uma descrição detalhada da execução
da obra até dezembro de 2014. Quanto aos documentos de caráter jurídico e
informações contábeis, elas estendem-se a janeiro de 2015. A praça esportiva
recebeu quatro partidas do torneio mundial de futebol.
Valor
O valor final do empreendimento, de R$ 346,2 milhões, ainda
está em aberto. É preciso contabilizar, ainda, os tributos vencidos, que
incorrerão em multas e juros. Sem falar na existência de ações judiciais em
andamento, referentes a cobranças de fornecedores. Adicionalmente, há, pelo
menos, outros R$ 40,6 milhões não incorporados ao custo final, relativos a
desapropriações, obras civis e melhorias na edificação.
Multas a gestores
públicos, restituição de valores ao erário, instauração de tomada de contas
extraordinária e denúncia ao Ministério Público por improbidade administrativa
estão entre as sanções propostas pelo TCE no documento. Um novo estudo,
específico sobre as obras de mobilidade urbana relativas à Copa, deve ser
divulgado pelo Tribunal de Contas em data a ser definida.
Desapropriações
Após discorrer sobre a execução do empreendimento, os
técnicos do Tribunal apontam quatro achados - falhas na atuação dos órgãos
públicos sob jurisdição da Corte. Cada um deles é objeto de uma determinação.
A Prefeitura de Curitiba, por exemplo, deve comprovar ao TCE
que a CAP S.A. ressarciu o erário da capital pelas desapropriações que o
município realizou para as obras. Em abril de 2014, o valor envolvido na
operação totalizava R$ 17,3 milhões. CAP S.A. é a Sociedade de Propósito
Específico (SPE) criada pelo Clube Atlético Paranaense para gerir o
empreendimento.
Garantia precária
O governo estadual também falhou no controle dos recursos
públicos investidos no estádio. Passados nove meses da realização da Copa do
Mundo na cidade, a Fomento Paraná, agência de financiamento do governo
estadual, ainda não comprovou a recomposição de garantia do Contrato de
Financiamento nº 003/2013, cujo valor repassado à CAP S.A. foi de R$ 65,3
milhões.
Como parte da garantia, a CAP S.A. apresentou à Fomento
Paraná a antecipação de direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro de
2012 a 2015, totalizando R$ 39,2 milhões. O primeiro problema - já apontado
pelo TCE no Relatório nº 11, divulgado em março do ano passado - é que a
emissora de televisão cessionária dos direitos não havia autorizado formalmente
a sua utilização como garantia.
Em abril do ano passado, a CAP S.A. solicitou ao agente
financeiro a substituição da garantia pela hipoteca do Estádio Joaquim Américo.
Porém, não averbou o procedimento junto ao registro de imóveis, "situação
que fragiliza o Contrato de Financiamento nº 003/2013". Ou seja, a Fomento
Paraná não tem assegurado o recebimento do ativo, em caso de inadimplência da
SPE.
Centro de Imprensa
Questionadas pelo TCE, a Prefeitura de Curitiba e a
Secretaria Municipal de Urbanismo não informaram sobre o investimento realizado
na tenda que abrigou os profissionais de imprensa durante as transmissões dos
jogos, o chamado "Centro de Mídia". A estrutura - composta por
geradores, equipamentos de transmissão, salas com terminais de computadores e
outras instalações - foi disponibilizada pelo poder público municipal. Segundo
o Relatório do TCE, o empreendimento constitui "provável dano ao erário,
caracterizado pela aplicação de recursos públicos da administração municipal em
benefício de terceiro".
Finalmente, a equipe de fiscalização do Tribunal constatou
que recursos do Contrato de Financiamento nº 4, no valor de R$ 65,5 milhões,
foram liberados pela Fomento Paraná sem que fosse comprovada a conclusão de
obras e serviços. O fato caracteriza "permissividade quanto ao cumprimento
dos compromissos estabelecidos".
O Relatório nº 13 do TCE irá a Plenário em data ainda a ser
definida. Cópias do documento serão encaminhadas para conhecimento de vários
órgãos envolvidos no controle e execução da obra, como o Ministério Público
Estadual.
Diretoria de Comunicação Social
Fonte: TCE/PR
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