segunda-feira, 6 de julho de 2015

Preconceito Racial existe na Ciência?

(*) Mhario Lincoln

Editor sênior da Revista Poética Brasileira

www.mhariolincolndobrasil.com


É cada vez mais amplo a questão do preconceito em todo o Mundo. Não só no Brasil, quando se discute maior idade penal, casamento e adoção homoafetiva, cotas nas universidades etc.

Tais preconceitos raciais, especialmente, vão muito além das fronteiras dos normais. Estão atingindo, também, as camadas mais cultas da humanidade, como por exemplo, cientistas-médicos da área da biomédica. É o que conclui Donna Ginther, da Universidade do Cansas (EUA) ao estudar a média de propostas aceitas pelo Instituto Nacional de Saúde americana (NIH) para financiamento de pesquisas nessa área.

“A probabilidade de propostas enviadas por negros serem atendidas é significantemente menor que as solicitações de pesquisadores brancos.” O pior disso é que essa disparidade é observada mesmo quando o nível educacional, experiência profissional, registros de publicações, premiação por pesquisas anteriores e características do empregador são levados em conta.

Mas só o viés racial não pode ser uma explicação plausível, já que a etnia não é conhecida pelos avaliadores. Todavia, há uma imensa apreensão entre pesquisadores biomédicos negros nos EUA, quanto a esse viés racial, já que o NIH deveria valorizar somente a ciência.

Daí então, surgir um outro patamar tanto quanto passível de discussão: Ora, se não é apenas o viés racial, então no NIH há uma explícita tendência a financiar projetos biomédicos, apenas, de cientistas conhecidos.

Na mesma avaliação, Donna Ginther admite que pesquisadores negros das ciências biomédicas, geralmente são desconhecidos dos revisores e suas ideias tendem a ser pouco convencionais, pois, há explícitas diferenças entre taxas de prevalência para alguns problemas de saúde entre negros e brancos americanos, como melanoma maligno ou doenças renais em estágio final. E mesmo assim, a pesquisa mostra que “está cada vez mais difícil penetrar no ranking dos investigadores privados que recebem apoio do NIH, haja vista as proposições dos negros serem dirigidas mais à doenças que atingem em maior quantidade, negros, que os próprios brancos.

Eis o viés racial, ou não?

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