AE
O vice-presidente da República, Michel Temer, afirmou nesta
quinta-feira, 27, que por enquanto só existe "burburinho" sobre um
possível retorno da CPMF, mas que o governo precisa de medidas de contenção.
"A primeira ideia é sempre de que não se deve aumentar tributo. Mas, por
outro lado, há muitas vezes a necessidade de apoiar medidas de contenção. Não
estou dizendo que nós vamos fazer isso. Por enquanto é só burburinho e não está
sendo examinado pelo governo", comentou após um encontro com o
ex-presidente francês Nicolas Sarkozy, em seu escritório pessoal em São Paulo.
A discussão sobre a volta da CPMF no governo foi informada
ontem ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, por
uma fonte da equipe econômica do Planalto. Segundo ela, o envio de uma proposta
de emenda constitucional da CPMF ao Congresso Nacional está sendo analisada
pela presidente Dilma Rousseff e qu o governo já tem uma minuta pronta da PEC.
Ela faz parte do conjunto de medidas de aumento de tributos em discussão na
elaboração da proposta do Orçamento da União do ano que vem.
Questionado sobre uma possível fusão de ministérios que
tratam da área agropecuária, que segundo especulações poderia ficar sobre a
chefia da ministra da Agricultura, Kátia Abreu, Temer afirmou que ainda não há
nada definido sobre o assunto. "Tudo vai depender das conversas com os
vários partidos políticos que dão sustentação ao governo. Tenho absoluta convicção
que eles compreenderão e colaborarão, neste momento em que o País necessita
dessa reformulação".
O vice-presidente ainda elogiou a recondução do
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que teve o nome aprovado ontem
pela Comissão de Constituição e Justiça (CJJ) do Senado. "Foi corretíssima
a decisão do Senado. Dizia-se que poderia haver resistência e isso não se
verificou, houve uma margem de votos expressiva", comentou.
Em relação à nova extensão de 15 dias dada pelo Tribunal de
Contas da União (TCU) para que o governo apresente sua defesa no caso das
chamadas "pedaladas fiscais", Temer disse que a medida é boa e
permitirá incluir novos dados, apesar de a defesa já estar bem fundamentada.
Temer também falou sobre o encontro com Sarkozy, que está no
Brasil acompanhando sua esposa, a cantora Carla Bruni. Segundo Temer, o
ex-presidente francês compartilhou suas experiências, já que também passou por
momentos difíceis durante seu governo. "A conversa se deu em torno da
situação atual do Brasil. Ele inclusive tomou a liberdade de nos aconselhar,
dizendo que não devemos recuar, temos de ir adiante, enfrentar toda e qualquer
crise, porque toda crise é passageira", afirmou o vice-presidente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Este blog só aceita comentários ou críticas que não ofendam a dignidade das pessoas.