Brasília - Em julgamento marcado por intenso debate e bate-boca entre os ministros, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) já tem maioria formada para aceitar um recurso apresentado pelo PSDB e dar continuidade a uma ação que pede que o mandato da presidente Dilma Rousseff (PT) e de seu vice, Michel Temer, seja impugnado.
O próximo passo, após a aceitação do recurso e
prosseguimento da ação, é a intimação de Dilma e Temer para que eles apresentem
a defesa e o Tribunal possa dar início à produção de provas.
Apesar de um novo pedido de vista, o terceiro que suspende a
análise deste recurso, o fato de cinco dos sete ministros já terem votado
indica que a ação terá continuidade. Até o momento, Gilmar Mendes, João Otávio
de Noronha, Luiz Fux e Henrique Neves votaram pela continuidade da ação.
O único voto pelo arquivamento do caso foi da ministra Maria
Thereza, relatora do caso, que foi alvo de fortes críticas do ministro Gilmar
Mendes. O pedido de vista (mais tempo para análise) foi feito pela ministra
Luciana Lóssio e o presidente do Tribunal, o ministro Dias Toffoli, ainda não
votou.
"Há quatro votos
favoráveis para prover o recurso para que se determine a citação, que é a
intimação, da presidente e do vice e da coligação. Houve um pedido de vista,
mas já há uma maioria no sentido de dar prosseguimento à ação. Esse
prosseguimento significa intimar para a defesa e fazer a produção de
provas", explicou Toffoli ao final do julgamento.
O caso que voltou para análise do plenário da Corte é
referente a uma das quatro ações propostas pelo PSDB contestando a legitimidade
da reeleição de Dilma. Além dessas quatro ações, o ministro Gilmar Mendes, que
relatou as contas de campanha de Dilma e do PT em 2014, pediu nos últimos dias
que o Ministério Público, a Polícia Federal e o TSE apurem eventuais
irregularidades no financiamento da campanha da presidente. A prestação de
contas é comum a todos os candidatos de uma eleição, as outras ações, contudo,
são podem ser propostas por partidos de oposição ou pelo Ministério Público
Eleitoral.
A ação de impugnação, protocolada em janeiro pela Coligação
Muda Brasil, cujo candidato era o senador Aécio Neves (PSDB-MG), acusa a chapa
Dilma-Temer de usar estruturas públicas para promover a campanha, aponta abuso
de poder econômico ao listar gastos acima do limite previsto e afirma que
propinas oriundas do esquema de corrupção na Petrobrás podem ter sido
misturadas às doações oficiais. (Talita Fernandes e Beatriz Bulla).
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