Beethoven, Diana e Alemão são cães conhecidos na Rua da Cidadania e no terminal de Santa Felicidade. Eles estão sempre por lá e, junto a outros 24 animais que perambulam em terminais de ônibus de Curitiba, são monitorados continuamente pela Rede de Proteção Animal. Nesta quarta-feira (2), os três cachorros receberam doses de vacina e roupinhas para que possam se proteger do inverno curitibano. A medida integra o projeto Cão Comunitário, implantado pela Prefeitura de Curitiba em 2013, e que tem acompanhamento da Rede.
“Obrigatoriamente, os cães do projeto têm tutores que
cuidam, mas a parte de saúde desses animais é por conta da Prefeitura.
Anualmente fazemos a vacinação, damos vermífugo e antipulgas se for o caso.
Hoje é o dia do terminal Santa Felicidade e aproveitamos para trazer roupinhas
já que a previsão para os próximos dias é de frio”, afirmou o coordenador da
rede, Paulo Colnaghi.
Os tutores são voluntários que se comprometeram a prestar
atendimentos aos animais. Após receber vacinação e as roupinhas de frio, os
cães demonstraram satisfação com lambidas e cheiros na equipe da Rede. As
roupinhas especiais foram doadas pela confecção Vic Di Pree, especializada em
artigos para animais de estimação.
“O projeto Cão
Comunitário demonstra que podemos ter o relacionamento entre cães e pessoas sem
problemas. Reclamações são poucas pelos usuários dos ônibus, mas normalmente
ocorrem em razão dos cães que não participam do projeto, que aparecem por lá e
muitas vezes têm donos. Os cães do terminal estão habituados com o vaivém de
pessoas, são supertranquilos e não temos registro de problemas”, contou.
O coordenador lembrou que há 40 anos não existe registro de
raiva canina em Curitiba. “Mesmo assim os cachorros são vacinados contra raiva
para que, em qualquer eventualidade, não haja risco”, complementou.
Tutor
Santina Augusto Santos Bonato é tutora de cães no terminal
de Santa Felicidade há quase três anos e adora cuidar dos bichinhos. Ela conta
que é responsável por alimentar os animais com rações – pagas com dinheiro
próprio -, por trazer água e fazer um acompanhamento geral. “Vejo se eles não
estão machucados ou precisando de alguma coisa. Faço isso quatro vezes por
semana, sempre pela manhã. Para os demais dias há outros voluntários”, explica.
Nas segundas, quartas e sextas, Santina aproveita a ida à Rua da Cidadania para
participar dos projetos esportivos lá oferecidos. “Faço ginástica na Rua da
Cidadania. Mas pra vir da minha casa até aqui faço uma boa caminhada também. No
final das contas eu ajudo os bichos e eles me ajudam”.
Santina trabalhava como diarista até cinco anos atrás,
porém, devido a dores na coluna, largou a profissão e passou a se dedicar aos
cães. “Faço isso porque desde criança sempre gostei de animais. Como não posso
mais trabalhar de diarista, sou voluntária e isso ajuda na minha movimentação.
Se ficar parada em casa, não ando mais”, afirma.
Desde o início do projeto, 16 cães comunitários monitorados
foram adotados e ganharam um novo lar.
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