sábado, 14 de maio de 2016

Meninote de calça curta

Crônica do amanhecer

Hélcio Silva 

(14/05/2016)


Eu fui um pequeno peladeiro de rua, como todas as crianças do meu tempo. Jogava-se um futebolzinho dividido até com chupa de laranja. Uma bola de meia bem redondinha – como se dizia na época - era a alegria das peladas em terra batida, à sombra das amendoeiras que sempre enfeitavam a nossa cidade, notadamente no grande espaço de terra batida à frente do prédio da Estrada de Ferro São Luis/Teresina antes do terreno onde hoje é o moderno Dnit.

Um dia, a minha avó fez a convocação geral: A imagem de Nossa Senhora de Fátima, vinda de Portugal, vai estar em frente da Catedral... Vamos lá, ordenou velha Luíza.

Senti uma forte emoção. Olhos brotando lágrimas que brilhavam!...  Via-me no espelho um menino de calça curta emocionado. Na época havia lindas penteadeiras com belos espelhos.

Eu era assim: sempre fui!... Um apaixonado pela fé!

Menino de catecismo da Igreja de Santo Antônio e frequentador das ladainhas na casa de tia Mariquinha, na avenida beira-mar...  Nada, nunca tão emocionante, como saber da chegada da imagem de Nossa Senhora de Fátima.

Fomos todos para a praça da Sé. Já pelas 10 da noite, muitos voltaram para suas casas... Muitos, no entanto, permaneceram na praça, envolvidos em uma energia de muita fé. E eu fiquei - menino de calça curta - a noite toda, com uma multidão de gente, sentindo a energia de Nossa Senhora de Fátima...

Foi a primeira vez que passei uma noite fora de casa!

Ontem! 13 de maio! Não esqueci..., e hoje amanheci ainda lembrando...

Vejam, no vídeo abaixo, o que mais ouvi ontem:




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