Eduardo Simbalista
Com a crise, as críticas crescem: é notório o
desmantelamento do quarteto Temer, o núcleo duro formado para o governo da
transição. Primeiro, caiu Jucá, depois Geddel e, agora, noticia-se que crises
de hipertensão têm levado para casa o ministro Padilha.
Do temerário noyeau dur – parece – restará um: o Moreira
que teria armado a cama de gato angorá para o baiano que gosta de viver acima
do teto e tem sido mal falado nos corredores e salas da Câmara e do Senado.
Como no tempo dos vice-reis, vive-se a crise dos vices.
Entre conversas e recuos, o vice Temer parece ainda viciado em mesóclises,
temeroso de assumir, o vice Maia tenta escapar de vaia e o vice Jorge apela a
São Jorge para não assumir o lugar de Renan e trazer a crise de volta ao colo do
PT. À sombra vicejam outros vices cheios de vícios.
A fritura já queima o guardião das incertezas do tesouro.
Diante da impossibilidade de saída mágica para a crise, vem revelar, depois de
7 meses, que “estamos em um processo de discussão sobre o que precisamos
fazer”.
O que terá dado errado? Parecia tão fácil a travessia da
ponte para o futuro...
O que há: em país sem norte, sem bússola, que em 100 dias
deu cabo de três Presidentes, um por impeachment, outro por prisão. Restou
apenas Carmen Lúcia, que assumiu a presidência do STF e, como José Linhares,
está na linha de sucessão.
Agora é Natal com suas listas de desejos e esperanças
renovadas. E a esperança não pode morrer. Já não é tempo de festejos juninos,
não é mais tempo de quadrilha. Vai prá casa Padilha. Vai prá casa, Renan.
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