Brasília - O líder do governo no Congresso, senador Romero Jucá (PMDB-RR), pediu desculpas nesta terça-feira, 21, por ter usado o termo "suruba selecionada" ao se referir a proposta de restringir o foro privilegiado para processos judiciais envolvendo agentes públicos. "Se acabar o foro, é para todo mundo. Suruba é suruba. Aí é todo mundo na suruba, não uma suruba selecionada", disse ontem o peemedebista em entrevista ao Estado.
A afirmação de Jucá – investigado na Operação Lava Jato –
foi uma reação à proposta em debate no Supremo Tribunal Federal (STF) de
restringir o alcance da prerrogativa dos políticos ao mandato em exercício.
Caso a medida avance, o peemedebista defende abranger integrantes do Judiciário
e do Ministério Público. A proposta em discussão é que o direito só valha para
denúncias de crimes praticados durante o exercício do mandato.
Na entrevista desta terça-feira, o senador repetiu que a
redução do foro não poderia valer só para o Legislativo. Mas, afirmou que ontem
sua declaração fora retirada de contexto. Alegou haver citado a música da banda
Mamonas Assassinas, Vira-vira, para fazer referência ao termo suruba, mas que a
reportagem não registrou tal fato.
Contudo, na entrevista feita ontem pelo Broadcast
Político, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, que foi
integralmente gravada e presenciada por outras pessoas, o senador não fez
qualquer referência à música dos Mamonas.
Primeiro, o senador falou em "suruba" para
criticar a possibilidade de o foro ser restrito apenas a quem tenha mandato
eletivo. Depois, ressaltou que o Supremo ainda vai decidir se caberá à própria
Corte alterar a interpretação do foro ou apenas por meio de uma mudança na Constituição
pelo Legislativo. "Não é coisa de curto prazo, para amanhã", disse.
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