Carlos Chagas
Está com os dias contados o foro privilegiado que dá a
deputados e senadores a prerrogativa de ser julgados pelo Supremo Tribunal
Federal. A convocação de Carlos Mário Veloso para ministro da Justiça não deixa
dúvidas. Mas a provável aprovação de Alexandre de Moraes para a mais alta corte
nacional de justiça irá contabilizar um voto em favor dessa distorção.
Outra decisão destinada a causar impacto na crise
instalada nas instituições políticas será a extinção do segredo de justiça para
a divulgação da lista dos acusados por ex-dirigentes da Odbrech. Está por pouco
o conhecimento dos nomes de perto de 200 parlamentares envolvidos em
recebimento de propinas e crimes correlatos.
Apesar da lentidão das apurações, a Operação Lava Jato
prossegue e não haverá como esvaziá-la. Os apenas citados, por enquanto,
poderão ser denunciados e transformados em réus, porta aberta para cassações de
mandatos. É isso que se espera, virando de cabeça para baixo a composição do
Congresso e a economia interna dos partidos.
Aguarda-se, assim, a réplica dos futuros condenados. Não
apenas Romero Jucá prepara sua defesa através de projetos de lei. Muitos outros
expoentes do atual governo tentam livrar companheiros e eles mesmo. Ex-futuros
candidatos ao palácio do Planalto integram a relação. O próprio presidente
Michel Temer foi citado, apesar de encontrar-se blindado pela Constituição, que
restringe ao seu período de governo o material para acusações.
Em suma, novidades à vista. As eleições de 2018 poderão abrir-se desfalcadas, tanto quanto as
expectativas, superadas…
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