O juiz federal Sérgio Moro, encarregado das investigações
da operação 'Lava Jato', espera que os processos direcionados a autoridades
brasileiras sejam resolvidos com rapidez, em um momento em que o caso começa a
se aproximar do presidente Michel Temer.
"O mais importante é esses casos serem tramitados de
uma maneira rápida, para que nos pudéssemos dar uma resposta institucional o
mais rápido possível", disse nesta quinta-feira (23) Moro em uma breve
coletiva de imprensa, durante um congresso sobre corrupção e estado de direito
que acontecia em Lima, Peru.
Moro recordou que os casos que envolvem as grandes
autoridades brasileiras, dentre elas membros do congresso, ministros e o
próprio presidente Michel Temer, que contam com foro privilegiado e devem ser
julgados pelo Supremo Tribunal Federal (STF), instância a qual os processos
podem demorar mais para serem resolvidos.
"No Brasil as investigações continuam,(...) e estão
no Supremo Tribunal Federal, e estão em andamento", ressaltou Moro.
Moro, estrela da operação "Lava Jato" - que
investiga as propinas milionárias que empreiteiras brasileiras pagaram a
funcionários e políticos do Brasil em troca de contratos para execução de obras
públicas - admite que existe preocupação quando casos de corrupção atingem
pessoas no poder.
"Existe certamente uma preocupação quando as
investigações envolvem pessoas poderosas, às vezes tendem eventualmente a
obstruir de alguma forma" o processo, comentou, lembrando um projeto de
anistia para envolvidos na "Lava Jato" que foi debatido no Congresso,
e que finalmente não prosperou.
Algumas das delações relacionadas a altos funcionários e
que foram vazadas à imprensa, citam o próprio Temer, que negou as acusações.
A Polícia Federal procurava nesta quinta-feira dois
foragidos investigados por pagar propina a senadores do PMDB, O partido de
Temer, entre outros funcionários.
Desde que substituiu, em maio, a então presidente
afastada Dilma Rousseff, posteriormente destituída, Temer perdeu sete figuras
de sua administração, seis ministros e um assessor próximo, por desavenças
internas e acusações de corrupção.
A última saída anunciada foi do ministro das Relações
Exteriores José Serra na quarta-feira (22), devido a problemas de saúde.
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