A corrupção dominava o governo. O dinheiro sujo da
corrupção ganhava eleições. Era uma sujeira generalizada na República. Rasgaram
a ética...
E agora até o Marcelo Odebrecht, o corrupto que comprava
partidos e políticos, diz ser o bobo da corte... Quem é o Rei? Onde estão os
soberanos?
Estou na Ilha de Upaon-Açu e passo, abaixo, o texto do
Estadão em que o Marcelo acha-se o “bobo do governo”.
'Eu era o bobo da corte do governo', disse
Marcelo
Odebrecht em depoimento
Brasília - Em depoimento à Justiça Eleitoral, Marcelo
Odebrecht disse que se sentia o “bobo da corte” do governo federal, segundo
relatos colhidos pelo Estado.
Ao falar sobre a situação da empreiteira baiana que leva
seu sobrenome, o ex-presidente do conglomerado demonstrou descontentamento por
ser obrigado a entrar em projetos que não desejava e bancar repasses às
campanhas eleitorais sem receber as contrapartidas que julgava necessárias.
Marcelo Odebrecht foi preso em junho de 2015, no âmbito
da Lava Jato, e pelo seu acordo de colaboração premiada deve permanecer na
carceragem da Polícia Federal em Curitiba até o final deste ano.
Marcelo detalhou que tinha contato frequente com o alto
escalão do governo – como o ex-ministro da Fazenda do governo Dilma Rousseff,
com quem negociava repasses eleitorais. “Eu não era o dono do governo, eu era o
otário do governo. Eu era o bobo da corte do governo”, disse Marcelo Odebrecht,
conforme foi relatado ao Estado. Ele também se mostrou incomodado por
divergências com seu pai, patriarca e presidente do Conselho de Administração
do Grupo Odebrecht, Emilio Odebrecht, quanto a projeto em que a empresa apoiava
o governo.
O ex-presidente da empreiteira foi ouvido pelo ministro
Herman Benjamin, relator da ação que tramita no Tribunal Superior Eleitoral e
investiga a chapa formada por Dilma Rousseff e Michel Temer na campanha
eleitoral de 2014.
No depoimento, Marcelo Odebrecht fala sobre a
“naturalidade” do caixa 2 em campanha eleitoral, defende a legalização do lobby
e deixa claro que a Odebrecht não era a única empresa a usar doações para
conquistar apoio político. De acordo com ele, o uso de dinheiro de caixa dois
em campanhas eleitorais é algo “natural”, mas que de alguma forma envolve
também propina. Sobre pagamentos de propina, Marcelo Odebrecht disse saber que
os empresários da empresa precisavam fazer “acertos” para poder atuar.
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