O prefeito Rafael Greca anunciou nesta terça-feira (07/03), no Ato de Revitalização do Laboratório Municipal de Curitiba, o fim das cotas para exames laboratoriais impostas às unidades de saúde. As cotas foram fixadas pela gestão do ex-prefeito Gustavo Fruet, diante da falta de insumos básicos para que o Laboratório Municipal processasse as amostras da rede. O desabastecimento foi causado pela falta de pagamento aos fornecedores – alguns deles estavam ser receber desde 2015.
Com as restrições, os usuários precisavam esperar meses
para fazer um exame laboratorial. Isto gerou uma demanda reprimida de 330 mil
exames, prejudicando 55 mil pessoas diretamente. Com a capacidade do
laboratório retomada, a fila será equacionada em dois meses pela nova gestão.
“É o fim das odiosas cotas impostas à população pela
gestão anterior e que penalizavam quem mais precisa dos serviços da
Prefeitura”, disse Greca. “Com a revitalização do laboratório, estamos
devolvendo qualidade à saúde dos curitibanos.”
A partir de agora, os exames serão marcados e processados
de um dia para o outro ou em até uma semana, de acordo com o tipo. “Não
podíamos aceitar que o usuário tivesse de esperar até três meses para fazer
exames tão simples”, afirmou o secretário municipal da Saúde de Curitiba, João
Carlos Baracho. Entre os exames mais solicitados no Laboratório Municipal e que
tinham fila de espera estão glicose, hemograma, parcial de urina, colesterol,
LDL, HDL, triglicerídeos, creatina, TSH, cultura de urina.
O ato de revitalização faz parte das atividades
comemorativas pelo aniversário de Curitiba, celebrado em 29 de março, e marca
também os 25 anos do Laboratório Municipal. Além disso, faz parte da estratégia
Saúde Já, anunciada no dia 21 de fevereiro pelo prefeito.
Com o Saúde Já, o município está investindo ao todo R$ 12
milhões para equacionar as filas por exames, cirurgias e consultas por
especialidade, beneficiando 150 mil pessoas. Destes R$ 12 milhões, R$ 2 milhões
foram direcionados ao Laboratório Municipal de Curitiba - R$ 1,419 milhão para
pagamento de dívidas e R$ R$ 558,7 mil aplicados na compra de reagentes e
insumos para os exames.
Para a coordenadora do Laboratório Municipal, Cristiane
Maria Chemim, a revitalização do atendimento vai gerar economia. “Com o sistema
de cotas, a capacidade instalada para processar amostras havia sido
subutilizada, tornando o custo de cada exame maior”.
Pacientes
A retomada do fluxo normal de exames também animou
pacientes. Alguns deles, que tiveram solicitações emitidas pelos médicos das
unidades de saúde em novembro, foram chamados para fazer a coleta de material
para exame somente no começo deste mês.
É o caso de Aparecida da Silva Cruz, de 71 anos, que
tinha solicitação de exame de tireoide. Ela e mais 17 pessoas com os exames
atrasados receberam o laudo nesta terça-feira do prefeito Rafael Greca. O ato
simbólico representou o fim das cotas de exames por unidade de saúde.
Karina Silva, 29 anos, fez a consulta na US-Pilarzinho e
só neste mês coletou amostra de sangue para hemograma. “Ainda assim, o sistema
público é melhor. Penso até em abandonar o plano de saúde”, comentou a jovem.
Estrutura
O Laboratório Municipal de Curitiba tem capacidade para
115 tipos exames. Durante o mutirão para equacionar a demanda reprimida,
poderão ser processados até 429 mil análises por mês.
O laboratório também presta apoio diagnóstico para
programas estratégicos do município e do Ministério da Saúde, como Rede Mãe
Curitibana, Hanseníase, Tuberculose, Programa Hipertensos, Diabetes, IST-Aids e
Hepatites.
Trabalham na unidade 96 funcionários. No quadro
funcional, atuam 38 farmacêuticos-bioquímicos (34 com especialização), 41
técnicos de patologia clínica (oito com especialização e dois com mestrado),
três biólogos com especialização (um com mestrado e um doutorando), além de
técnicos em enfermagem e outras profissões administrativas.
Mutirões
Além dos 55 mil pacientes que serão beneficiados
diretamente com a revitalização das atividades do Laboratório Municipal de
Curitiba, outros 95 mil pacientes serão beneficiados nos mutirões de consultas
de especialidades e cirurgias.
O objetivo é equacionar as filas que chegam a até 82
meses, em alguns casos, como o da cirurgia de cotovelo. Para dar conta da
demanda reprimida já começaram a ser chamados pacientes para integrar os
mutirões de especialidades médicas.
O primeiro é o de Dermatologia e Pequenas Cirurgias. Essa
especialidade tem 15.810 pessoas que aguardam consultas dermatológicas e 4.260
pequenas cirurgias. Sem a ação continuada do Saúde Já, o tempo médio de espera
chega a dez meses para consulta e 19 meses para a cirurgia. Os pacientes que estão
na fila estão sendo convocados pelas unidades de saúde e depois de uma
avaliação são agendados para o mutirão, que começa quinta-feira (9).
Na área de Cardiologia, o mutirão começa em 16 de março,
no Hospital do Idoso Zilda Arns. Nesta especialidade, a fila a ser equacionada
para a consulta é de 6.066 pessoas, com tempo médio de espera de quatro meses.
Só para o exame de ecocardiografia transtorácica, a demora chega a 25 meses. A
proposta é que no mutirão, tanto a consulta, como o exame, sejam feitos no
mesmo momento.
Um mutirão só para exames complementares, como raio-X,
ultrassonografia, ressonância, está previsto para 30 de março. Com uma fila de
espera média de 24 meses, são 25.418 pessoas aguardando atendimento.
No dia 6 de abril está programado também o mutirão para a
área de Ortopedia, área com a maior demanda reprimida. Há 25.405 pessoas na
fila aguardando e o tempo médio de espera chega a 22 meses, sem o Saúde Já. O
quinto mutirão programado será de cirurgia vascular. Com 11.098 pessoas aguardando
atendimento, o tempo de espera costuma ser de 20 meses.
Mutirões do Saúde Já
• 9 de março - Mutirão de Dermatologia e Pequenas
Cirurgias de Pele
Local: Hospital Evangélico
• 16 de março - Mutirão de Cardiologia
Local: Hospital do Idoso Zilda Arns
• 30 de março - Mutirão de Exames Complementares
Local: a confirmar
• 6 de abril – Mutirão Ortopédico
Local: a confirmar
• 27 de abril – Mutirão Vascular
Local: a confirmar
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