O ministro da Defesa, Raul Jungmann, disse nesta
quinta-feira (4) que não vê necessidade para o envio de tropas do Exército e da
Força Nacional para Porto Alegre (RS), no próximo dia 24, quando o Tribunal
Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) vai analisar a condenação do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Segundo Jungmann, além de não haver necessidade de mais
homens na capital gaúcha (o estado já possui 200 homens da Força Nacional desde
agosto de 2016), a solicitação ao governo federal só pode ser realizada por
governadores, e não por prefeitos.
O pedido, enviado pelo prefeito de Porto Alegre, Nelson
Marchezan (PSDB), foi encaminhado pela Presidência da República para os
ministérios da Defesa e da Justiça.
Nesta quinta-feira (4), o prefeito de Porto Alegre
divulgou pedido enviado ao presidente Michel Temer para envio das tropas para a
cidade durante o julgamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Marchezan justificou o pedido dizendo querer "proteger o cidadão e o
patrimônio público". No documento
ele reforça o pedido diante de "ameaça de ocupação de espaços
públicos" e devido a uma suposta menção a "desobediência civil e
luta" que teria sido divulgado por políticos.
A data do julgamento do TRF-4 está marcada para 24 de
janeiro. Partidos políticos e movimentos sociais estão convocando manifestações
durante o julgamento na cidade.
Caso o recurso da defesa do petista seja negado, ele
ficará inelegível para uma possível candidatura nas eleições presidenciais de
2018.
Lula vai ao julgamento
Lula informou aos dirigentes do PT que vai ao TRF-4 para
acompanhar o julgamento que pode torná-lo inelegível. Segundo informação
publicada na quarta-feira (3) pelo jornal O Estado de S. Paulo, o partido dos
Trabalhadores prepara um ato de recepção ao ex-presidente no mesmo dia, na
volta a São Paulo. "O PT está organizando uma verdadeira jornada pela
democracia e em defesa do ex-presidente Lula nos dias 23 e 24/1 em Porto
Alegre", diz a página oficial do PT no Facebook.
Além disso, a Executiva Nacional do PT fará uma reunião
ampliada para reafirmar a candidatura do ex-presidente, que atualmente lidera
as pesquisas para as eleições de 2018.
Lula foi condenado, em primeira instância, a nove anos e
seis meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, no caso do
tríplex do Guarujá (SP). Se a condenação for confirmada, o petista pode ser
impedido de disputar a eleição presidencial. De acordo com a publicação, a
assessoria do Instituto Lula não confirmou a informação. No entanto, a defesa
do ex-presidente solicitou ao TRF-4 que ele seja ouvido durante o julgamento,
mas o pedido ainda não foi apreciado pelos desembargadores.
Os advogados de defesa esperam que o pedido seja acatado.
Caso contrário, Lula irá a capital gaúcha para participar das manifestações. O
PT e lideranças têm compartilhado nas redes sociais o manifesto "Eleição
Sem Lula é Fraude". Com versões em português, inglês, espanhol, francês e
árabe, o documento já recebeu mais de 100 mil assinaturas.
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