A agência de classificação de risco Standard & Poor's
(S&P) rebaixou o Brasil para três níveis abaixo do grau de investimento com
perspectiva estável. A redução da nota do país foi divulgada hoje (11) à noite.
A perspectiva estável significa que a agência terá de
esperar pelo menos seis meses para alterar a nota do país. O grau de
investimento representa a garantia de que o país não corre risco de dar calote
na dívida pública.
Em comunicado, a S&P informou que o Brasil está
demorando para implementar as reformas que reduzam os riscos fiscais do país,
principalmente a da Previdência. “Apesar de vários avanços da administração
[Michel] Temer, o Brasil fez progresso mais lento que o esperado em implementar
uma legislação significativa para corrigir a derrapagem fiscal estrutural e o
aumento dos níveis de endividamento”, justificou a agência.
Desde fevereiro de 2016, o Brasil estava enquadrado dois
níveis abaixo do grau de investimento. As outras duas principais agências de
classificação de risco, Fitch e Moody’s ainda não alteraram a nota do país e
continuam a manter o Brasil dois níveis abaixo do grau de investimento.
No fim de dezembro, o ministro Henrique Meirelles fez uma
teleconferência com as três principais agências de classificação de risco. Ele
tinha pedido que a S&P, a Fitch e a Moody’s aguardassem a votação da
reforma da Previdência, prevista para fevereiro, antes de tomarem qualquer
decisão sobre a nota do Brasil.
Em nota divulgada esta noite, o Ministério da Fazenda
informou que o governo continua comprometido com as medidas de ajuste fiscal e
com a reforma da Previdência. “O governo reforça seu compromisso em aprovar
medidas como a reforma da Previdência, tributação de fundos exclusivos,
reoneração da folha de pagamentos, adiamento do reajuste dos servidores
públicos, entre outras iniciativas que concorrem para garantir o crescimento
sustentável da economia brasileira e o equilíbrio fiscal de longo prazo”,
destacou o texto.
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