Jorge Oliveira
Brasília - O Lula já levou muitos dos seus
comparsas para a cadeia. Quem se juntou a ele nos últimos vinte anos caiu em
desgraça. Nem os filhos foram poupados das suas artimanhas que normalmente
acabam em cadeia. Agora, ele decide acabar com o PT, o partido que ajudou a
fundar, negando-se a apresentar um candidato à presidente para salvar o que
resta da base. Estrategicamente até se entende que ele se mantenha candidato,
pois ao anunciar que desiste da disputa, mesmo sendo inelegível, seu destino
certamente será um presídio comum.
O PT está se apagando ao não
participar dos debates políticos. Preso, Lula mantém-se irredutível. Usa as
mulheres para esconder as suas intenções, nem sempre honestas e sinceras. Foi
assim com a Dilma, sua primeira marionete, e agora com a Gleisi Hoffmann, a
presidente do PT, a quem ele escolheu para ser porta-voz das suas mensagens
inócuas aos seus seguidores que tentam manter hasteada a bandeira do partido.
Lula vai continuar candidato
porque tem motivos inconfessáveis que ele julga “saudáveis” : os R$ 35 milhões
de reais do Fundo Partidário que caíram no caixa do PT este ano, e os R$ 212
milhões do Fundo Eleitoral destinados ao partido em 2018, do total de R$ 1,7
bilhão distribuídos nas eleições. Toda essa dinheirama será administrada por
Hoffmann, a senadora submissa que Lula a elevou ao pedestal político para
usá-la ao seu bel-prazer. Ao indicá-la presidente do PT, o chefe petista sabia
da futilidade da senadora e da sua subordinação aos seus caprichos.
A história mostra que o ex-presidente risca da sua agenda aqueles que vivem à sua sombra para caminhar sozinho como um soberano inatingível. Abandona os amigos no meio do caminho como fez com vários deles que estão na cadeia. E impõe alguns ao ostracismo como Aloísio Mercadante, Wagner, Dilma, Humberto, Palocci, Vargas, Vaccari, Delúbio, Paulo Ferreira, este condenado esta semana a 9 anos, e tantos outros. Lula, como se diz lá no Nordeste, é igual a Mandacaru: não dá encosto nem sombra.
Quanto a Hoffmann, o
ex-presidente vai mantê-la à frente do PT enquanto ela continuar manipulando o
caixa, pois do presídio ele mesmo vai se encarregar de distribuir o dinheiro
para as campanhas, mantendo-se no domínio financeiro do partido. Espertamente,
incentiva Hoffmann como porta-voz, transfere para ela um poder falso, administra
a sua vaidade e, nos bastidores, age como um déspota para manipular seus
fanáticos e administrar, dentro da cadeia, os milionários fundos dirigidos aos
candidatos de sua preferência.
Lula é um egocêntrico, age de
acordo com as suas conveniências. Quando a Dilma, por exemplo, ensaiou mudanças
ministeriais no segundo mandato, para tentar alçar voo próprio, foi
defenestrada por ele que puxou o seu tapete. Ali, ela percebeu que não
governava e, como uma marionete, obedecia ao comando do dono do circo. Recolheu-se
a sua insignificância e esperou, como uma artista sem alma, que o impeachment
chegasse para fechar a cortina do espetáculo mambembe. Pagou também caro o
preço da ousadia ao tentar desafiar o chefe que queria apeá-la do poder para
sucedê-la na presidência na eleição de 2014.
É natural, portanto, que o
Lula, um ser patológico, não se interesse em manter o PT vivo, estruturado e
disputando eleições no país enquanto estiver preso. Se abrir espaço para os
petistas mais influentes, ele tem a certeza de que perde o comando da
agremiação. Assim, raciocina, prefere sucumbir junto com o partido a deixar que
aliados se sobressaiam na sua reestruturação. Além disso, enquanto Gleisi
estiver ao seu lado, ele mantém sob controle absoluto as finanças e toda a estrutura
política do PT.
Afinal de contas, o PT sabe,
como nenhum outro partido, usufruir do dinheiro público. Não à toa, o
ex-presidente e seu séquito estão guardados em presídios porque dilapidaram o
patrimônio dos brasileiros.
Se Hoffmann ainda não entendeu
como o seu chefe opera, que se cuide, pois o Sérgio Moro é seu vizinho lá no
Paraná. E é prudente que não compare o magistrado ao “fascista” do Jair
Bolsonaro, como ela o qualificou em entrevista ao jornal Diário de Notícia de
Lisboa ao investir contra Moro: “um juiz parcial, que tomou decisão baseada em
atos políticos”.
Cautela senadora, os chineses,
do alto da sua sabedoria milenar, já dizia: “A língua é o veneno do corpo”.
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