Especialistas alertam que o desmatamento de florestas
para abrir áreas de plantio não é solução para garantir segurança alimentar
para a população mundial. Em relatório divulgado nesta quarta-feira (5) durante
a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-24), na Polônia,
a organização ambiental norte-americana World Resources Institute (WRI) mostra
que é possível aumentar a produção de alimentos e alcançar as metas ambientais.
O estudo foi feito em parceria com o Banco Mundial e a
ONU Meio Ambiente e apresenta soluções para garantir de forma sustentável a
alimentação de pelo menos 10 bilhões de pessoas, projeção populacional para o
ano de 2050. Atualmente, o planeta tem 7,5 bilhões de habitantes.
Para atingir o objetivo de alimentar toda a população de
forma sustentável, o estudo sugere aumentar as safras e produzir mais leite e
carne na mesma quantidade de terra e aumentar a eficiência do uso de animais e
insumos de fertilizantes.
Os especialistas também sugerem melhorias na
produtividade dos pequenos agricultores nos países em desenvolvimento e que os
governos vinculem ganhos de produtividade e rendimento às iniciativas de
proteção de florestas e outras áreas naturais.
Os pesquisadores ressaltam que se não houver um esforço
de adaptação no modo de produção de alimentos, as emissões de carbono pela
agricultura e outras atividades que usam a terra passem de 25% de todo o volume
global de emissões para 70%. Para os autores do estudo, esse aumento seria
inadmissível.
Um dos problemas observados no relatório é a migração da
agricultura para terras ricas em carbono e biodiversidade, como florestas
tropicais baixas.
Segundo o relatório, a produção de carne de ruminantes,
como boi, cordeiro e cabra, requer dois terços da área agrícola global e
contribuem com aproximadamente metade do volume de carbono emitido pela
agricultura e de outros usos da terra.
Só na dieta alimentar dos Estados Unidos, o estudo aponta
que as carnes bovina, ovina e caprina são responsáveis por quase toda a emissão
de alimentos e fornecem apenas 3% de calorias.
O relatório recomenda que o consumo deste tipo de carne
seja limitado a 1,5 porção por pessoa e por semana. A sugestão representa 40%
menos do que é consumido hoje por 2 milhões de consumidores.
Outra recomendação dos pesquisadores é dobrar ou até
quadruplicar a produtividade da pecuária em terras mais úmidas do mundo, além
de adotar inovações tecnológicas nos métodos agrícolas.

Nenhum comentário:
Postar um comentário
Este blog só aceita comentários ou críticas que não ofendam a dignidade das pessoas.