Estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS), divulgado
hoje (7), mostra aumento contínuo das mortes no trânsito. Pelos dados do
relatório, 1,35 milhão de pessoas perde a vida todos os anos em decorrência de
acidentes de trânsito. Os dados mais alarmantes estão em países da África. Para
especialistas, os governos reduziram os esforços na busca por solução para o
problema.
O Relatório da Situação Global da OMS sobre segurança no
trânsito de 2018 destaca que as lesões causadas pelo trânsito são hoje a
principal causa de morte de crianças e jovens entre 5 e 29 anos. O documento
inclui informações sobre o aumento no número total de mortes e que as taxas de
mortalidade da população mundial se estabilizaram nos últimos anos.
"Essas mortes são um preço inaceitável a pagar pela
mobilidade", disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.
“Este relatório é um apelo aos governos e parceiros para que tomem medidas
muito maiores para executar essas medidas”, acrescentou o especialista.
Os relatórios de status global da OMS sobre segurança no
trânsito são divulgados a cada dois ou três anos e servem como ferramenta de
monitoramento para a Década de Ação para Segurança Viária 2011-2020.
Mortes
Pelo relatório, o risco no trânsito é três vezes maior
nos países de baixa renda do que nos de alta renda. As taxas são mais elevadas
em países da África e mais baixas na Europa. Três regiões do mundo relataram um
declínio nas taxas de mortalidade no trânsito: Américas, Europa e Pacífico
Ocidental.
Segundo as informações, os pedestres e ciclistas são
responsáveis por 26% de todas as mortes no trânsito, enquanto os
motociclistas e passageiros por 28%. De acordo com o relatório, apenas 40
países, representando 1 bilhão de pessoas, implementaram pelo menos sete ou
todos os oito padrões de segurança de veículos das Nações Unidas.
Investimentos
Para o fundador e CEO da Bloomberg Philanthropies e
embaixador global da OMS, Michael R Bloomberg, é preciso investir mais na
educação no trânsito, na prevenção e atenção à segurança nas estradas e pistas.
Segundo ele, é necessário adotar “políticas fortes” e fiscalização, repensar as
estradas para que se tornem inteligentes e adotar campanhas de conscientização.
"A segurança no trânsito é uma questão que não
recebe nem perto da atenção que merece. [E] é realmente uma das nossas grandes
oportunidades para salvar vidas em todo o mundo", ressaltou.
Avanços
De acordo com o estudo, apesar do alerta, houve
progressos, pois a legislação de forma geral foi aperfeiçoada, visando à
redução de riscos, o excesso de velocidade e vetos à ingestão de bebida
alcoólica antes da direção. Também há menção à obrigatoriedade ao uso de cintos
de segurança e capacetes.
Há ainda citações sobre a preocupação com cuidados
relativos às crianças, a adoção de infraestrutura mais segura, como calçadas e
pistas exclusivas para ciclistas e motociclistas, melhores padrões de veículos,
como os que exigem controle eletrônico de estabilidade e frenagem avançada e
aprimoramento dos cuidados pós-colisão.
O relatório mostra que essas medidas contribuíram para a
redução das mortes no trânsito em 48 países de renda média e alta. O documento
informa que não há dados sobre redução no total de mortes nos países de baixa
renda.

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