8 janeiro 2019
Estudo apoiado pela ONU mostra que mulheres
autodeclaradas indígenas, pardas e pretas têm mais dificuldade de acesso à
água; cerca de 15,2 milhões de mulheres no Brasil declaram não receber água
tratada em suas casas.
Os déficits mais elevados de acesso a esgoto no Brasil
estão entre as mulheres autodeclaradas pardas, indígenas e pretas, conforme
metodologia utilizada pelo IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatísticas.
A conclusão é de um novo estudo realizado pela empresa
brasileira de saneamento básico BRK Ambiental, realizado com apoio da Rede
Brasil do Pacto Global das Nações Unidas e parceria do Instituto Trata Brasil.
Cuidado
Segundo a ONU Brasil, junto com o estudo foi lançada a
plataforma digital “Mulheres e Saneamento”. A plataforma mostra essa realidade
brasileira de uma forma mais visual e acessível para o grande público, por meio
do recurso digital.
Segundo a pesquisa, também são as mulheres autodeclaradas
negras, pardas e pretas, que têm mais dificuldade de acesso à água.
Devido ao papel desempenhado pela mulher nas atividades
domésticas e nos cuidados com pessoas, a falta de água afeta de maneira mais
intensa a vida das mulheres do que a dos homens.
Um relatório das Nações Unidas de 2016 destacou o fato de
as mulheres desempenharem trabalhos não remunerados, seja doméstico ou de
cuidados, três vezes mais do que os homens.
Como cuidadoras, as mulheres são mais afetadas quando
membros da família adoecem como resultado da inadequação do acesso à água, ao
esgotamento sanitário e à higiene. Também estão em maior contato físico com a
água contaminada e com dejetos humanos quando a infraestrutura de saneamento é
inadequada.
ODSs
O estudo afirma que atingir o Objetivo de Desenvolvimento
Sustentável 5, relacionado à igualdade de gênero, está intrinsecamente ligado
ao nível de universalização do saneamento básico.
Se essa meta for cumprida no Brasil, 635 mil mulheres
sairão da linha da pobreza. Desse total, três em cada seriam negras. Cerca de
15,2 milhões de mulheres no Brasil declaram não receber água tratada em suas
casas e 27 milhões não tem acesso adequado à infraestrutura sanitária.
Isso reduz consideravelmente a capacidade de produção no
mercado de trabalho, além de tornar as mulheres mais suscetíveis a doenças
infecciosas como cólera, hepatite e febre tifoide.
Uma resolução da Assembleia Geral da ONU, de dezembro de
2016, destacou a situação das mais de 2,5 bilhões de pessoas que vivem sem
acesso a banheiros e sistemas de esgoto adequados no mundo todo.


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