"O fato é simples: o presidente Bolsonaro não sabe
governar. É essa a razão da sua performance tão errática nestes quase cinco
meses", diz a jornalista Miriam Leitão, em artigo publicado nesta
quarta-feira, um dia após o polêmico encontro entre o executivo Paulo Tonet,
representante da Globo em Brasília, e representantes do governo federal;
segundo ela, Bolsonaro mal entende o que se passa ao seu redor
22 DE MAIO DE 2019
247 – O encontro entre o executivo Paulo Tonet, da Globo, e
representantes do governo federal, ontem em Brasília, ainda não selou uma
aliança entre a empresa de comunicação e a desgovernada administração de Jair
Bolsonaro. Em artigo publicado nesta quarta-feira, a jornalista Miriam Leitão,
uma das principais vozes do Globo, explicitou o óbvio: Jair Bolsonaro não sabe
governar, não entende o que se passa ao seu redor e é um grande problema para o
Brasil.
"Durante os anos em que foi parlamentar, Jair
Bolsonaro não presidiu comissão, não relatou qualquer projeto, nunca liderou
grupo algum. Ele não se interessava pelas matérias que passavam por lá,
concentrando-se em questões do seu nicho. Sua preocupação era apenas a defesa
dos interesses da corporação dos militares e policiais. Afora isso, ofendia
colegas que considerasse de esquerda e dava declarações espetaculosas para
ocupar espaço no noticiário. Com esse currículo ele chegou à Presidência. Hoje,
não entende nem os projetos que envia ao Congresso, como se vê diariamente nas
declarações que faz", diz ela.
"Diariamente, Bolsonaro diz algo que contraria o
espírito dos projetos que seu governo defende ou contradiz o que disse. De
manhã, afirma que a 'classe política' é o grande problema do país, de tarde, a
adula. Navega por qualquer tema com a mesma superficialidade que demonstrava no
exercício dos seus mandatos de deputado. Nenhuma surpresa nisso. Por que mesmo
ele seria presidente diferente do parlamentar que foi?", questiona ainda a
jornalista.
Miriam explica o caos atual. "O fato é simples: o
presidente Bolsonaro não sabe governar. É essa a razão da sua performance tão
errática nestes quase cinco meses. Sua relação tumultuada com o Congresso não
deriva de uma tentativa de mudar a prática da política, mas da sua falta de
aptidão para qualquer tipo de diálogo. Não sabe ouvir, não entende os projetos,
não tem interesse em estudá-los", afirma.
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