Roberto Jefferson quer outro general como vice de Bolsonaro
Não há mais dúvida que Bolsonaro abraçou o Centrão e deixou cair por terra tudo o que disse e prometeu antes da eleição.
Foi traição ao povo?
Acho que sim...
Eu amanheço o dia, entro pelo almoço e caminho pela tarde
buscando algumas saídas para o delicado momento político brasileiro.
Não está sendo fácil... Encontrei o Roberto Jefferson... –
o tubarão!
E o encontrei querendo mudar a história, começando pela
indicação de um novo general para vice de Bolsonaro, na eleição de 22.
A notícia bomba, em belo artigo do Jornalista Jorge Serrão,
encontrei nas páginas do Alerta Total...,com referências especiais também ao Centrão.
Leiam abaixo
Sem um vice General, Bolsonaro cai?
Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão
Terça-feira, 27 de julho de 2021
O Presidente do PTB, Roberto Jefferson, aconselhou o Presidente Jair Bolsonaro a definir que seu candidato a vice-Presidente na quase certa reeleição seja o General de Exército na reserva Braga Netto - atual ministro da Defesa. Jefferson justificou que um militar de alta patente como vice é garantia de lealdade, além de blindar o titular do Palácio do Planalto de eventuais tentativas de golpe político. A sugestão de Jefferson foi dada ao final do programa Direto ao Ponto, apresentado por Augusto Nunes na Rede Jovem Pan, ao responder, criticamente, a uma pergunta sobre o fato de Bolsonaro ter rompido com seu vice. Bolsonaro comparou Hamilton Mourão a um “cunhado”.
Indiretamente, Jefferson advertiu que Bolsonaro fica
vulnerável politicamente sem a sustentação de um militar de peso, como
vice-Presidente. O estrategista Jefferson foi claro sobre o vice: “As Forças
Armadas, em especial o Exército, mão amiga, braço forte, permeia na sociedade
uma credibilidade muito grande. Eu acho que o grande aval do Presidente
Bolsonaro é o Vice (Mourão). Vai colocar quem? O ministro da Casa Civil do PP,
lá do Piauí? Eu? Cheio de problema no passado, cheio de lutas, de conflitos,
cicatrizes… Não... Vai escolher quem? Tem de ser um homem acima de todas as
suspeitas. Eu colocaria o General Braga Netto. Se sou ele, eu não optaria por
um vice (civil). Até porque, o militar é leal”.
Jefferson defendeu o papel do atual vice de Bolsonaro: “Por
pior que seja a relação do Mourão com Bolsonaro, e é ruim, ele não conspira
contra o Presidente. O Itamar (Franco) conspirou abertamente contra o Collor.
Abertamente… E o Temer conspirou abertamente contra a Dilma. Político não tem
essa lealdade do militar. Essa lealdade de pegar o companheiro ferido e trazer
nas costas. Não deixa o companheiro sangrando no campo de batalha, que não é
comum à classe política. Militar tem essa honra, essa lealdade, essa dignidade.
Eu faria do General Braga o meu vice, para ter certeza de uma vice-Presidência
amiga, aliada, que vai proteger sua retaguarda, as suas costas”.
Ontem à tarde, em entrevista à Rádio Arapuan, na Paraíba,
Bolsonaro fez uma crítica pesada e desnecessária ao seu vice-Mourão, ao
comentar a indagação de que não deveria tê-lo como parceiro na sucessão
presidencial de 2022: “A escolha do vice meu foi muito em cima da hora. Assim
como a composição da bancada, especial para deputado federal. Muitos
parlamentares, depois de ganhar as eleições com nosso nome, transformaram-se em
verdadeiros inimigos nossos”, afirmou. “O Mourão faz o seu trabalho, tem uma
independência muito grande. Por vezes aí atrapalha um pouco a gente, mas o vice
é igual cunhado, né? Você casa e tem que aturar o cunhado do teu lado”.
O “cunhado” viajou ontem à tarde para representar o Brasil
e Jair Bolsonaro na posse do Presidente do Peru, socialista Pedro Castillo. Nas
redes sociais, Mourão explicou a missão diplomática: “Levamos ao País amigo
nossos votos de felicidades. Que prossigamos na amizade e cooperação que sempre
uniu o Brasil e o Peru”. O “vice que às vezes atrapalha, mas tem que aturar”
(na versão sincera de Bolsonaro) já tinha cumprido outra missão espinhosa que o
Presidente não quis encarar, na visita a Angola - país africano que está
expulsando seus fiéis aliados da Igreja Universal do Reino de Deus.
Por lealdade a Bolsonaro, Mourão cumpriu o desgaste de
defender os perseguidos pelo regime comunista angolano, na reunião com o
presidente João Manuel Gonçalves Lourenço. Nota oficial da Vice-Presidência
justificou o encontro, muito criticado por adversários de Bolsonaro: “Foi
solicitado ao presidente Lourenço que o assunto fosse tratado com base nos
princípios do devido processo legal, da ampla defesa e do contraditório a todas
as partes da controvérsia, sempre á luz do direito angolano”.
Nesta terça, Bolsonaro e o senador Ciro Nogueira finalmente
se reúnem para os acertos finais que definirão os rumos do governo. Ontem, a
reunião precisou ser adiada por uma falha mecânica no avião que traria Ciro do
México para o Brasil. Ciro parece mais incômodo que um cunhado chato. Ainda
mais para Bolsonaro que se elegeu com a bandeira da anticorrupção - que
pretende usar na campanha para o segundo mandato contra Lula. O futuro ministro
da Casa Civil é alvo de três inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF) no âmbito
da Operação Lava-Jato. Na entrevista à emissora paraibana, Bolsonaro justificou
a escolha de Ciro para o cargo, minimizando o desgaste com a base aliada:
“Centrão é o nome pejorativo para muitos partidos de centro que têm sido úteis
para a gente aprovar muita coisa. A gente tem que governar com o que o povo
mandou para cá”.
Alguns pontos devem complicar e tensionar a indigesta
conversa com Ciro Nogueira. O partido dele, o PP, foi um dos que já se colocou,
publicamente, contra a aprovação da impressão do voto pela urna eletrônica - a
principal bandeira imediata do bolsonarismo. Outro ponto problemático é que a
maioria dos parlamentares do Progressistas não deseja fechar apoio à reeleição
de Bolsonaro. Eles sentem saudades dos “bons tempos” com o mensalão e petrolão
de Luiz Inácio Lula da Silva. A grande dúvida é se Ciro Nogueira, como
coordenador político do Palácio do Planalto, conseguirá mudar de posição sobre
a PEC 135 e recuperar o rebanho rebelde do PP. Na prática, Bolsonaro tenta
“roubar” o PP de Lula. Se vai conseguir, são outros “quinhentos” ou “milhares”.
Bolsonaristas mais precipitados (ou desconfiados) e a
oposição avaliam que Bolsonaro selará sua “venda de alma” ao Centrão. No
entanto, o que vale é o pragmatismo. Bolsonaro traz Ciro para a Casa Civil, a
fim de dar uma enquadrada final na base aliada. A reafirmação do acordo é
fortalecer a blindagem a qualquer ameaça de impeachment mas, principalmente,
garantir que as propostas do governo sejam aprovadas no Congresso - o que não
vem ocorrendo, apesar de tudo que Bolsonaro já cedeu aos aliados. Bolsonaro só
precisa deixar clara qual será a pauta que precisa do Centrão para aprovar. Do
contrário, vai arcar com um insano desgaste político.
Todo o jogo vai depender muito da famosa caneta azul (esferográfica) de Jair Bolsonaro. Sem a assinatura publicada no Diário Oficial da União (não por coincidência conhecido pela sigla “DOU”, do verbo “dar”) nada acontece. O nada franciscano princípio do “É dando que se recebe” é uma das tragédias do Presidencialismo de Coalizão previsto na Constituição de 1988 - feita para um modelo parlamentarista ou semipresidencialista. O Centrão quer Poder e Dinheiro. Haja negociação e muita reza forte para tudo não acabar em negociatas.
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