CBF contrata ex-ministra do TSE como advogada por R$10 milhões
Ela assumiu em 12 de janeiro e irá cuidar de três causas em Brasília
01/03/2024
Giovanna Soares, do Diário do Poder
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) contratou a ex-ministra substituta do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Maria Cláudia Bucchianeri, por um montante de R$ 10 milhões. A advogada assumiu o cargo em 12 de janeiro e está encarregada de lidar com três causas da CBF que estão em andamento em Brasília (DF).
De acordo com informações do portal Poder360, dos R$ 10 milhões acordados e definidos pelo presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, Cláudia já recebeu R$ 5 milhões à vista. Os outros R$ 5 milhões serão pagos em dez prestações mensais de R$ 500 mil ao longo de 2024.
É interessante notar que a contratação de Cláudia não inclui uma “cláusula de sucesso”, que normalmente estabelece um pagamento extra para o advogado caso o cliente saia vitorioso no processo. O pagamento de 50% à vista é pouco comum no mercado para um valor tão significativo pelos serviços que serão prestados pela advogada.
Dentre as três causas em que Cláudia vai atuar, destaca-se um caso contra a empresa Marfrig, que rompeu um contrato com a confederação. A empresa apresentou recursos, mas acabou perdendo no Superior Tribunal de Justiça (STJ)
O caso ainda pode ser levado ao Supremo Tribunal Federal (STF), mas especialistas consideram que a empresa de alimentos tem poucas chances de sucesso. O proprietário da Marfrig, Marcos Molina, possui conexões com o ministro Gilmar Mendes. No entanto, o Supremo raramente reverte decisões comerciais já tomadas pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). O valor a ser pago pela empresa de alimentos é estimado em R$ 70 milhões, mas será definido na fase de liquidação.A BRF enfrenta um segundo caso, questionada pela CBF em 2016 por usar elementos da Seleção Brasileira de Futebol em suas propagandas da marca Sadia, na campanha “Meu mascote da sorte”. A indenização ainda não foi determinada e o processo está em andamento.
O terceiro caso envolve a Coca-Cola. Trata-se de um processo de 2001, relacionado ao rompimento de um contrato que a empresa de bebidas tinha com a CBF. O valor inicialmente estipulado para a causa era de R$ 10 milhões. A Coca-Cola já pagou metade desse valor (R$ 5 milhões), e os outros R$ 5 milhões, corrigidos, totalizam agora R$ 55,2 milhões. O processo continua em tramitação.
A contratação foi oficializada no dia 12 de janeiro. A nota fiscal de R$ 5 milhões foi emitida em 18 de janeiro, mas só agora sua seleção para representar a CBF foi formalmente incluída nos processos em que vai atuar no STJ.
Ela não se reuniu com os advogados que trabalham nas causas e já juntou as procurações às ações em que vai atuar. O advogado José Perdiz, que representou a CBF até o fim de 2023 na ação no STJ, afirma não ter sido comunicado sobre a mudança do caso para outra banca.
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