quarta-feira, 29 de maio de 2024

Os filhos que não chegaram, por Hélcio Silva


Os filhos que não chegaram

Hélcio Silva

(29 / 05 / 2024)

***** 

Muito doente, com grave enfermidade, encontrei-o diante dele mesmo, chorando!

O corpo, sem boas roupas, só uma calça velha o vestia;

E ele sentado, numa pedra fria, nem sentia as lágrimas que desciam pelo seu rosto, olhando o próprio corpo já quase sem vida!

Sentia dores, pela ausência dos filhos que não chegavam;

No galho velho, de um antigo pé de tamarindo, o bem-te-vi cantava, anunciando a noite.

E ele olha em sonhos de tristeza para o cancioneiro bem-te-vi que flauteia sua bela sonata de amor;

Ele pede uma rosa; e a noite lhe entrega várias rosas – de muitas cores – e ele as abraça pensando ser os filhos que esperou, e não chegaram! 

A noite chega e o leva; e ele não vê mais seu corpo, e nem os filhos que tanto esperou!

E a alma, que comandava aquele corpo que jaz, segue sem destino para um mundo misterioso..., por um sideral desconhecido...

Infinito, apenas!... Ou para um anel de galáxias!... sem fim!!! 



Uma visão, apenas!


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