Quando renascem os gênios
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A história de Roma é recheada de lendas, desde a sua fundação, que se reporta aos irmãos gêmeos, abandonados no rio Tibre, encontrados e amamentados por uma loba.
Depois, criados por um casal de pastores.
Essa lenda se tornou um símbolo da identidade romana, representando a força, a coragem e a determinação de seu povo.
Pela sua originalidade, que mexe com o mágico que existe no homem, inspirou inúmeras obras de arte, literatura e cinema, no transcorrer do tempo.
Mergulhando em toda sua simbologia, damo-nos conta da importância da mitologia na construção da identidade de um povo e na explicação de suas origens.
Não é diferente com respeito a personagens antigos, sobre os quais pouco se sabe, pela época em que viveram.
Um dos exemplos é de um dos maiores poetas de Roma, Virgílio, expoente da literatura latina, nascido no ano 70 a.C.
Narra a lenda que sua mãe grávida sonhou, certa noite, com um loureiro, uma árvore nobre, aromática e sempre verde.
Na Roma e na Grécia, o louro era símbolo de vitória. Os vencedores de competições eram coroados com folhas da planta e, quando um comandante ganhava uma batalha, enviava, para o senador, o pergaminho envolto em folhas de louro.
Intrigada com o sonho, que lhe pareceu premonitório, anunciador de algo especial, procurou quem o pudesse decifrar.
Um vidente, à época, lhe disse que ela iria dar à luz um poeta, que mereceria a coroa de louros.
Mas fez uma importante ressalva: quando ele começasse a escrever, a manifestar a tendência poética, ela deveria mandá-lo para Roma porque lá viviam os grandes poetas.
Ele precisaria aprender a escrever poesia.
Por isso, o vemos ao lado de Horácio, poeta protegido por Mecenas. Era preciso respirar o ar da poesia, aprender, exercitar-se.
Graças a Mecenas, Virgílio foi apresentado ao imperador Augusto, quando retornava de campanha vitoriosa contra Marco Antônio.
Tornou-se instrumento de propaganda do império. Por isso escreverá a Eneida, sua obra mais conhecida, considerada um épico nacional da antiga Roma.
O que ressalta da sua genialidade é que não se deteve a produzir seus versos, sem buscar ilustração, conhecimentos, junto a quem já era consagrado poeta e escritor.
Foi à fonte generosa que o acolheu. Bebeu à sua sombra, do seu primor, da sua estética, do seu entusiasmo e inspiração.
Nos dias atuais, em que vemos eclodirem, pelo mundo, gênios em tenra idade, felicitamo-nos quando descobrimos que eles se dedicam a horas exaustivas de estudo.
Que buscam grandes nomes da sua área, ciência ou arte, para aprenderem técnicas, detalhes precisos daquilo em que desejam se esmerar.
Vemos um jovem pianista buscar aprimorar-se junto a uma virtuose russa; o jovem cientista buscar institutos de renome; o jovem literato treinar junto a grandes nomes a métrica, a linguagem, as metáforas e a sonoridade.
Aprender, exercitar-se, jamais se considerar pronto.
Quando assistimos aos voos olímpicos, quaisquer que sejam, a nota constante é sempre: treino, exercício, perseverança.
Isso vale para a vida de todos nós.
Redação do Momento Espírita
Em 21.10.2024
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