domingo, 16 de fevereiro de 2025

Brandão e a aposta que pode levá-lo a uma grande derrota - artigo de Simplicio Araujo


Brandão e a aposta que pode levá-lo a uma grande derrota

Por Simplicio Araujo

Quem acredita que os números da Paraná Pesquisas foram favoráveis ao governador Carlos Brandão precisa repensar. Minha análise aponta que Brandão caminha para um precipício, arrastando consigo um contingente significativo de aliados — e até alguns “neo-adversários”.

Não faz sentido comemorar a aprovação do governador sem considerar a avaliação de Lula. O presidente, que venceu as eleições com 71% dos votos no Maranhão, agora registra apenas 53% de aprovação — isso quando se agrega “generosamente” aqueles que classificam seu governo como apenas “regular”. Sem essa parcela, Lula ficaria com apenas 38% de apoio real. Esse número diz muito, especialmente quando o governo estadual é aliado direto do petista, com o vice Felipe Camarão sendo um dos mais fiéis nomes do partido.

A credibilidade da pesquisa poderia ser questionada, mas vamos acreditar que Brandão não precisa de Lula. Lula é que precisa de Brandão.

Se Lula enfrenta o pior desempenho de sua história política no Maranhão — mesmo contando com três ministros, um governador e um vice — isso é um sinal desastroso para o PT nacional e, principalmente, para seus aliados locais!!!

Outro fator inegável é o crescimento surpreendente da direita no estado. A pesquisa aponta para a inevitável derrota do candidato a governador e dos senadores da chapa governista.

Dois motivos centrais para o provável revés de Brandão:

1. Aprovação de governo que não se converte em votos

Ainda que Brandão tenha 63% de aprovação, esse índice pode não se refletir nas urnas. Ele não disputará a reeleição e, caso entre na corrida eleitoral, seu caminho mais provável seria o Senado — onde o cenário também não é favorável.

2. Fracasso eleitoral dos candidatos governistas

A pesquisa revela que os nomes ligados ao “Palácio dos Leões” somam apenas 28% das intenções de voto, enquanto os candidatos da “possível direita” alcançam 56%. Esse quadro sugere uma vitória tranquila da oposição já no primeiro turno, com apenas 12% dos eleitores ainda indecisos.

Se Brandão decidir concorrer ao Senado, sua situação também não será confortável. Quem conhece a política maranhense sabe que, historicamente, um candidato ao Senado só vence se seu candidato a governador também sair vitorioso. A única exceção foi na eleição de Cafeteira — e, segundo dizem, houve um acordo nos bastidores, com candidatos em palanques opostos, mas alinhados estrategicamente.

A pesquisa, portanto, aponta que Brandão está encurralado, com sérios riscos de arrastar para a derrota seu grupo político e seu vice, Felipe Camarão.

Sobre os responsáveis pelo atual cenário e a possível derrocada, as redes sociais e os veículos de comunicação já apontam os nomes. A disputa é movida por interesses pessoais e políticos, em um verdadeiro “vale-tudo” pelo poder nas eleições de 2026. Muitos sairão sequelados dessa guerra surda que já repercute nacionalmente. Diante de tantas derrotas iminentes, resta torcer para que o Maranhão consiga extrair algo de positivo desse processo.

Apenas quem enxerga além do que é publicado nas redes sociais e nos meios de comunicação entenderá o que realmente está acontecendo. E, para reflexão, deixo a esses uma frase que cabe bem neste momento: às vezes, é melhor um soco verdadeiro do que um abraço falso — principalmente se for um abraço de afogados.


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