segunda-feira, 17 de fevereiro de 2025

Estreito e região amargam abandono da classe política -


Estreito e região amargam abandono da classe política

Simplicio Araújo*

(12 / 02 / 2025)

Uma tragédia resultou em vítimas fatais – algumas até hoje não localizadas – e impactou gravemente o comércio e as cidades de Estreito (MA), Aguiarnópolis (TO) e de diversos municípios do Maranhão e de Tocantins.

O governo federal, principal responsável pela tragédia, marcou presença por meio do Ministro Renan Filho que “arrotou” dezenas de milhões de reais para a construção de uma nova ponte, ignorando completamente o caos instalado nas cidades e na região. Da mesma forma, políticos de ambos os estados anunciaram propostas inócuas até o momento.

Em Estreito, Aguiarnópolis e em outros municípios, milhares de pessoas enfrentam fome e extrema necessidade, consequência direta do impacto no emprego e na circulação de renda causado pelo desastre.

Promessas – que podem demorar a se concretizar, se é que se concretizarão – foram feitas por prefeitos, deputados federais, senadores e até governadores dos dois estados, enquanto a parcela mais atingida pela tragédia permanece completamente abandonada à própria sorte.

Que eficiência terão os anúncios de redução ou parcelamento de impostos quando as cidades não apresentam movimentação econômica? Qual a necessidade de reduzir ou parcelar algo que a população já não pode pagar?

Que resultados advirão dos anúncios de vagas de emprego em áreas diferentes dos segmentos que sofrem com a falta de movimento na cidade? Quando esses empregos efetivamente chegarão?

A maior parte da população nunca teve com empregos formais nem pagava impostos, vivendo do vasto comércio informal que a movimentação econômica proporcionava à cidade. Ninguém está fazendo absolutamente nada por essas pessoas!

Como de costume, enquanto os vídeos da queda e da desastrosa implosão da ponte circulam pelo mundo, a região permanece totalmente abandonada.

Diante da falta de sensibilidade para compreender a complexidade do problema, é fácil concluir que essa tragédia, além de dizimar famílias com vítimas fatais, impor décadas de retrocesso econômico à região, vai gerar prejuízos incalculáveis na vida dos moradores.

Como maranhense, solicitei aos advogados – que já moveram uma ação civil visando reparar os danos ao comércio e à indústria da região – que incluíssem um pedido de indenização para toda a população das cidades atingidas, considerando que a maioria dos trabalhadores e empreendedores atua na informalidade.

A Justiça não falhará, mas já é hora de que os atuais representantes da população, tanto nos estados quanto em Brasília, adotem medidas à altura da gravidade desta tragédia.

*Simplício Araújo foi secretário Estadual da Indústria e Comércio do Maranhão.


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