sexta-feira, 30 de maio de 2025

Enquanto você torce, eles metem a mão no seu bolso - artigo do Simplicio Araújo



Enquanto você torce, eles metem a mão no seu bolso

Por Simplicio Araújo

“É a economia, estúpido” — essa famosa frase usada em campanhas eleitorais nos Estados Unidos resume bem o que realmente importa para o eleitor: como a economia afeta sua vida. Mas no Brasil, a lógica parece de cabeça para baixo. Aqui, boa parte da população está mais preocupada em defender seu político de estimação do que em proteger o próprio bolso.

Enquanto isso, o maior escândalo bilionário da história recente — o roubo de recursos dos aposentados — já ultrapassa os R$ 300 bilhões. E segue crescendo. Ninguém foi preso. Ninguém devolveu um centavo. E muitos políticos seguem mais empenhados em defender os ladrões do que os trabalhadores que dedicaram a vida ao país.

Não bastasse isso, o governo tentou, sem qualquer constrangimento, taxar o Pix — o dinheiro digital já tributado na origem, usado por milhões para comprar gás, pagar conta de luz ou comprar o básico. É como cobrar imposto três vezes sobre o mesmo pão: na farinha, no forno e na mordida. E o povo… silencia.

As emendas parlamentares, que somavam R$ 18 bilhões em 2022, saltaram para R$ 50 bilhões em 2025. Dinheiro público para obras que ninguém vê, ou que são mantidas sob sigilo “ultrassecreto”. O Congresso finge se preocupar com os R$ 20 bilhões que o governo quer arrecadar — desde que não mexam no seu pirão.

E as viagens internacionais? Já consumiram mais de R$ 5 bilhões. Viagens que geram mais polêmicas do que resultados práticos, com comitivas que incluem políticos, parentes e aliados — tudo pago pela população.

Hoje, o Estado, que deveria servir o povo, joga sobre ele a culpa pelos próprios erros. Dos rombos nos Correios, passando pelas perdas bilionárias em estatais como Itaipu, nada é resolvido. A gestão continua ineficiente porque sempre existe uma nova forma de meter a mão no bolso do cidadão.

Enquanto doenças como dengue, chikungunya, gripe e Covid continuam a matar, o governo demite técnicos capacitados e coloca políticos em seus lugares. A prioridade não é a saúde pública, é o palanque.

Ministros são investigados ou afastados por corrupção, aliados são promovidos, adversários são punidos. A Lava Jato, que recuperou bilhões, foi desmantelada, e o crime organizado segue atuando de norte a sul — agora com tapete vermelho.

E, como se não bastasse, o próximo golpe está sendo armado às claras: o aumento do IOF. Sim, governo e Congresso, com apoio de parte da mídia, discutem publicamente como sugar ainda mais do brasileiro, que já não aguenta mais.

Vivemos num Brasil de Robin Hood ao contrário: o Estado protege bancos que batem recordes de lucro (inclusive roubando aposentados) e continua esfolando o trabalhador para sustentar os privilégios de uma elite política que perdeu completamente a vergonha.

Enquanto houver ignorância incentivada e idolatria cega, haverá mais impostos, menos serviços, mais privilégios para poucos — e aplausos dos mesmos de sempre, dispostos a defender os que roubam o nosso futuro.


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