Análise: "As sanções de Trump ao Brasil"
11 Jul 2025
Ney Lopes*
Não se trata de radicalismo político entre bolsonarismo e petismo, mas sim a tentativa justa de “dá a César, o que é de César”.
A polemica nasce pela imposição recente de sanções ao Brasil pelo presidente Trump e o seu gesto de solidariedade política com o ex-presidente Bolsonaro.
O lulo-petismo agitou-se, ao verberar contra a interferência indevida de uma potência capitalista no Brasil.
Indago: quem interferiu mais na soberania do outro país?
Trump ao reiterar que Bolsonaro é vítima de uma “caça às bruxas” e pedindo: “Deixem o grande ex-presidente do Brasil em paz”.
Denunciou, que o ex-presidente está sofrendo um ataque político como aconteceu com ele.
Ou, Lula, que após visitar a ex-presidente argentina condenada por corrupção, Cristina Kirchner, proclamou, sem provas, a inocência da ex-mandatária? Também pousou para fotos com cartaz de "Cristina Livre".
Ou, o então presidente da Argentina Alberto Fernández ter visitado Lula em Curitiba e declarado (2016):
“Sou professor de Direito Penal na Universidade de Buenos Aires há mais de 30 anos e vejo com muita preocupação a detenção de Lula. Talvez o governo brasileiro não perceba que esteja criando uma mácula muito grande ao manter preso um nome como Lula”.
Outros governantes repetiram a mesma solidariedade, tais como, José Mujica, Cristina Kirchner e Felipe Gonzalez.
Por acaso, à época surgiu algum dos que hoje protestam para alegar interferência indébita de governantes estrangeiros no Brasil, ou hoje condenam Lula por proteção indevida a Cristina Kirchner?
Dirão alguns que as sanções foram econômicas, com base em lei americana.
Com certeza, essa não é a razão determinante.
Porém, contribuiu decisivamente diante da notória hesitação do presidente Trump em punir o Brasil. Tomou a decisão como medida extrema, em função do governo brasileiro repetir agressões ao seu país, prestigio a ditaduras e discordâncias pontuais na política externa.
Não procurou a negociação.
Como bem disse o governador de SP Tarcísio de Freitas, Lula colocou sua ideologia acima da economia, e esse é o resultado.
A hora é de bom senso e equilíbrio.
Se Trump excedeu-se; Lula já fez o mesmo que ele.
Por outro lado, para quem cultiva o Direito, há inegáveis excessos no julgamento de Bolsonaro.
No momento, “negociar” antes de agosto é a palavra-chave.
A tradição de solidez no comércio entre USA E Brasil deverá prevalecer, em benefício das duas nações.
Acredito numa solução.
Ney Lopes é jornalista e escritor, ex-deputado federal
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