segunda-feira, 14 de julho de 2025

FUXICO A SÃO JOÃO XI - Zé Carlos Gonçalves

FUXICO A SÃO JOÃO XI

Por Zé Carlos Gonçalves 



Bênção, meu santinho São João!

Intercedei por nós, com vossa graça e clemência! Vivemos tempos difíceis. E, "o que é pior", vem se tornando a regra. A violência tem nos massacrado e nos aprisionado em nossos medos. E, "pra piorar", só temos "os telessangue". Assistir a um telejornal é "só pra queim teim muitho istômbo". É sem pudor! É nauseante! É indecente!

... e, diante do pior, seguimos a conviver com a destruição, nossa. Na calada da noite, no sol a pino, na friagem da madrugada. No silêncio e na omissão de quem pode, e não faz ...

... e, por falar em pior, a Baixada "sangra" em sua cruel sina. Haja penar na "tábua de pirulito" e, "u mais piô", na "fila do ferribôti!" Como bem escutei em minha infância "tamo nu mato seim cachorro. Si corrê u bicho péga, si ficá u bico cômi!" Ufa!!!

... e, "o pior dos piores", cadê os representantes, eleitos pela Baixada?! Sonambulam-se, no intervalo das eleições. Mas, já, já acordarão. Já, já renascerão. Vêm, aí, novas visitas, novas promessas, novos milagres. Lembrarão do "quirido pouvo". "U quirido pouvo' tomará as mesmas 'benção". Só restarão as velhas práticas. Fingimento de comprometido; fingimento de voto consciente! "I tá tudinho certinho, cumo bêço di bôdi, nu Quarté di Abrântis!"

... e me indignei, e me enfureci, e me perdi. E perdi meu tempo. "I malhei im férro frio. I inxuguei gêlo". E "o pouvo" rirá de mim! Um pobre ingênuo, a esperar "o salvador da amada terrinha!"

... e, como só tem a piorar, a minha Pinheiro, tal boa parte da Baixada, "berra calada". E vem provar o que é improvável. "O pior pode piorar!" E, como numa tragicomédia, dá até saudade "do que não teve" ... Melhor nem comentar! "T'esconjuro, pé de pato, mangalô, três vezes!" E, só piorando, sem saúde física e intelectual. Sem saneamento, sem mobilidade, sem socorro, sem aulas ... sem gestão ... só buracos. Nunca que a" máxima máxima" foi mais coerente, em nossa Princesa. "U pouvo' teim 'u gunverno' qui merêci!"

... e a impunidade continua. Ninguém "não" mexe, ninguém "não" tira! E o sufoco faz-se onipresente.

... e, a cada dia, mais me convenço de que "ais cabeça di bufa' tão interrada ao redor da 'Princesa". E, agora?! Até as curacangas escafederam-se e "Raimundinho Pulido", que Deus o tenha, já se foi! Desfazer tão sinistro serviço, como?! Não dão jeito nem arruda nem água benta!

Ó meu santinho São João, falei tanto que me esqueci de vos informar dos vossos festejos, que continuam "a bumbar" na Ilha. Perdoai-me!

... e, com toda certeza, certa, logo, logo voltarei com boas notícias. Afinal, não posso "mi metê" a vos fazer vãs promesas!

Abençoai-nos!

Zé Carlos Gonçalves


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