segunda-feira, 11 de agosto de 2025

Crônica da Saudade


O FILHO DE PEDRO

Crônica da saudade

Por Hélcio Silva

(30/07/2022)

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Um tempo que já se faz antigo!

Parte de minha infância que não lembro. Alguma coisa - um pequeno espaço de recordação que fosse - gostaria de recordar.

Uma infância nascida, que não sei se nasceu, nem sinto que nasci e nem sei se chorei, no momento de nascer.

Minha mãe, nunca vi... Se a vi, amnésia me puniu, cegando-me por momentos, por muitos momentos que até hoje se prolongam.

Dizem haver sido uma mulher bonita de cabelos longos, que nunca segurei seus fios e se os segurei não lembro que os tenha segurado.

Morreu e não a vi em seu ataúde... E se a vi não lembro que a tenha visto.

Não tenho foto dela com seus cabelos longos, nem dela deitada no seu leito da morte.

Meu pai, um homem de bem, morreu poucos anos depois, longe dos filhos, em outro Estado onde fora buscar socorro médico, sem êxito...

Todos na orfandade!...  Éramos seis os filhos da mulher bonita de cabelos longos e do homem de olhos bonitos, que cortou os mares para morrer no rio.

Uma história real.


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