O vício estatal
Alex Pipkin, PhD em Administração
Um viciado em drogas só se recupera quando muda tudo: o ambiente, os hábitos, a mente e o corpo.
Não adianta trocar o fornecedor, mudar o discurso ou reduzir um pouco a dose.
A única saída real é a transformação completa, exigindo disciplina, foco e vontade inquebrantável de abandonar a dependência.
Sem isso, a morte é só questão de tempo.
O Brasil vermelho, verde e amarelo vive exatamente essa condição.
Somos um Estado viciado em gastar. Um dependente químico da despesa pública, alimentado por governos que não têm coragem de enfrentar o vício.
Em 2025, a dívida pública já ronda 80% do PIB, e o FMI prevê que pode atingir 100% até 2029 — talvez antes disso.
Não há mistério aqui. O problema é o mesmo de sempre, ou seja, a ausência total de disciplina fiscal, o desprezo pela regra número um da prosperidade econômica. A regra de ouro é gastar menos do que se arrecada.
Da esquerda, inconsequente e incompetente, a gente sabe que o fundo não tem poço.
A gastança, a farra do assistencialismo, o gasto público sem freio, tudo isso faz parte do DNA “progressista”.
Governos populistas, como o atual de Lula, vendem o vício como compaixão.
Falam em “inclusão”, “solidariedade” e “justiça social”, mas o que praticam é farra com o dinheiro público.
Querem mais Estado, mais cabide, mais poder.
O assistencialismo barato perpetua a dependência estatal e destrói a dignidade do homem que trabalha, produz e anda com as próprias pernas.
Mas, para a tristeza de muitos, o problema não vem só da esquerda sectária.
Mesmo governos que se autoproclamam fiscalmente conservadores falham porque não revisam os alicerces do prédio.
Não se tem coragem de fazer o que precisa ser feito. Coragem não se compra numa prateleira de supermercado.
É preciso, é urgente e essencial reformar o funcionalismo público, enfrentar as corporações e questionar privilégios que drenam o Estado.
Tristemente, essa coragem não sobrevoa os ares da republiqueta do Pau Brasil.
Acima de tudo, falta ousadia para enfrentar o poder Judiciário, hoje um verdadeiro reino de Nárnia, intocado pelo mundo real.
Todo mundo sabe disso. Todo mundo vê.
Mas ninguém tem coragem de agir.
A verdadeira disciplina fiscal — como a verdadeira recuperação de um viciado — exige ruptura, foco e coragem de recomeçar do zero.
É preciso redesenhar o Estado, reduzir suas funções e devolver à sociedade o protagonismo econômico.
Há funções que o governo simplesmente não deve mais desempenhar, porque o dinheiro frutifica melhor nos bolsos do povo do que nas mãos do Leviatã.
Essa é uma premissa básica de quem quer ter um povo: pessoas com agência, responsáveis e prósperas. Essa é a lição do protagonismo do indivíduo e da sua dignidade.
Portanto, me parece que essa questão não é apenas ideológica; é, acima de tudo, uma questão de coragem aristotélica.
A virtude de enfrentar o vício do Estado, de cortar privilégios, de reformar a máquina pública e reabilitar a disciplina fiscal exige coragem verdadeira, aquela que não se contenta com paliativos ou ajustes cosméticos.
Claro, o óbvio “lulante”… Com líderes como Lula — e toda a sua trupe de “progressistas” do atraso —, nosso destino é keynesiano:
vamos morrer, só que mais rápido.
Porque, se não reabilitarmos a disciplina fiscal e a reforma do Estado de maneira séria e para valer, não haverá Keynes, nem Nárnia, nem milagre que nos salve.

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