Após a divulgação de que a Petrobras pagou
cerca de R$ 1 bilhão a mais pelo gás fornecido ao Brasil pela Bolívia, o Líder
do PSDB na Câmara, Antônio Imbassahy (BA), anunciou que vai entrar com
representação junto ao Ministério Público solicitando a investigação dos
possíveis crimes contra a Administração Pública, improbidade e violação dos
direitos dos sócios minoritários da estatal, além de requerimento de
informações para saber do Ministério de Minas e Energia como se deu o acordo e
quem o autorizou.
Como o procurador do MPF junto ao Tribunal de
Contas da União (TCU) já solicitou a realização de uma auditoria para
investigação do caso, o pedido do Líder tucano à Procuradoria da República visa
proteger os sócios minoritários, pois a dilapidação do patrimônio da Petrobrás
repercute também no patrimônio deles – já seriamente afetados quando da
expropriação de instalações da Petrobrás na Bolívia pelo mesmo Evo Morales, em
um prejuízo estimado em mais de US$ 250 milhões.
“Esse tipo de procedimento causa repulsa ao
cidadão brasileiro, já indignado porque o Governo do PT nada fez quando a
Petrobras perdeu seus investimentos na Bolívia. E agora não existe
justificativa no mundo que explique o pagamento de gás já entregue pela Bolívia
ao Brasil. Na melhor das opções, esse reajuste só poderia valer para o futuro,
e ainda assim não foi apresentado nenhum estudo técnico que fundamente o acordo
– o que esperamos que seja feito pelo Ministério quando receber nosso
requerimento de informações”, disse Imbassahy.
Para o Líder do PSDB, o alinhamento ideológico
do Governo Dilma pode ter influenciado no estranho negócio, lembrando que o
presidente do Conselho de Administração da Petrobras é o ministro da Fazenda,
Guido Mantega.
“De fato chama bastante a atenção ainda a
pressa com que se deu o acerto, negociado e pago em cerca de um mês e em meio à
campanha eleitoral de Evo Morales por um terceiro mandato como presidente da
Bolívia. Mantega, como representante do Governo indicado por Dilma e presidente
do Conselho de Administração, certamente precisa explicar os motivos que
levaram ao pagamento deste aditivo”, completou.
Imbassahy concluiu afirmando que a medida pode
inclusive afetar o valor da energia elétrica, uma vez que em diversas regiões é
exatamente o gás boliviano que alimenta as usinas termelétricas, utilizadas no
limite pelo Governo Dilma para minimizar os riscos de novos apagões em meio à
disputa eleitoral brasileira.
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