Editor sênior da
Revista Poética Brasileira
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É cada vez mais amplo a questão do preconceito em todo o
Mundo. Não só no Brasil, quando se discute maior idade penal, casamento e
adoção homoafetiva, cotas nas universidades etc.
Tais preconceitos raciais, especialmente, vão muito além das
fronteiras dos normais. Estão atingindo, também, as camadas mais cultas da
humanidade, como por exemplo, cientistas-médicos da área da biomédica. É o que
conclui Donna Ginther, da Universidade do Cansas (EUA) ao estudar a média de
propostas aceitas pelo Instituto Nacional de Saúde americana (NIH) para
financiamento de pesquisas nessa área.
“A probabilidade de propostas enviadas por negros serem
atendidas é significantemente menor que as solicitações de pesquisadores
brancos.” O pior disso é que essa disparidade é observada mesmo quando o nível
educacional, experiência profissional, registros de publicações, premiação por
pesquisas anteriores e características do empregador são levados em conta.
Mas só o viés racial não pode ser uma explicação plausível,
já que a etnia não é conhecida pelos avaliadores. Todavia, há uma imensa
apreensão entre pesquisadores biomédicos negros nos EUA, quanto a esse viés
racial, já que o NIH deveria valorizar somente a ciência.
Daí então, surgir um outro patamar tanto quanto passível de
discussão: Ora, se não é apenas o viés racial, então no NIH há uma explícita
tendência a financiar projetos biomédicos, apenas, de cientistas conhecidos.
Na mesma avaliação, Donna Ginther admite que pesquisadores
negros das ciências biomédicas, geralmente são desconhecidos dos revisores e
suas ideias tendem a ser pouco convencionais, pois, há explícitas diferenças
entre taxas de prevalência para alguns problemas de saúde entre negros e
brancos americanos, como melanoma maligno ou doenças renais em estágio final. E
mesmo assim, a pesquisa mostra que “está cada vez mais difícil penetrar no
ranking dos investigadores privados que recebem apoio do NIH, haja vista as
proposições dos negros serem dirigidas mais à doenças que atingem em maior
quantidade, negros, que os próprios brancos.
Eis o viés racial, ou não?
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