PACTO PELO MARANHÃO
Por José Reinaldo Tavares
José Sarney foi sem dúvidas o político que reteve maior
poder e prestígio político no Maranhão, além de ter sido um dos mais fortes do
país. E ficou mais poderoso ainda após o exercício na presidência da república.
Sarney foi o poderosíssimo ex-presidente, sobretudo no governo de Lula da
Silva. Mandava e desmandava à vontade e Lula chegou a dizer, inclusive, que
Sarney não era um homem como os outros. Era quase um mito.
Mas no Maranhão, em que pese o seu julgamento, ficou devendo
muito em relação ao que poderia ter feito, considerando o seu poder pessoal e
político incontestáveis.
Mas, enfim, este não é um artigo para criticá-lo. Isso já
fiz muitas vezes ao longo de muitos anos e por isso recebi muitas vezes o peso
de sua ira. Contudo, isso ficou para trás e tenho que olhar para a frente e não
ficar remoendo o passado.
Sarney não tem mais a força que teve, mas ainda tem muito
prestígio pessoal e ainda detém grande força política. Isso é inegável. Hoje se
diverte criticando o governo de Flávio Dino, homem que derrotou de maneira
muito clara o grupo político do qual é patriarca. Isso são fatos.
Farei aqui um apelo aqui ao ex-presidente e àquele político
que fascinou a todos os jovens promissores que com ele trabalharam, quando
governador e nele acreditaram, como eu. Vejam bem, não estou pedindo aqui que
deixe de fazer oposição, sendo esse o seu desejo. Não, nada disso! Estou
propondo é um pacto pelo Maranhão, por esse estado pobre e com grande parte da
população vivendo com renda oriunda do Bolsa Família. Estou propondo uma união
de importantes forças políticas em torno de projetos fundamentais para o
desenvolvimento do estado e para tirar o estado dessa situação. O Ceará fez
isso no passado e disparou com uma agenda de consenso que o transformou num dos
estados mais importantes do país. E o nosso Maranhão tem muito mais condições
naturais para o desenvolvimento que o Ceará, mas hoje estamos bem atrás.
Países só se desenvolveram com pactos como esse, vejam o
caso da Espanha, onde as questões eram tão acirradas que chegaram a ir a uma
guerra civil sangrenta e terrível. Lá ficou na história o Pacto de Moncloa,
fundamental para a busca do desenvolvimento que hoje sustenta a Espanha moderna.
É claro que se isso não acontecer, iremos lutar até
conseguirmos, mas se pudermos fazer uma agenda acima da política, juntando as
forças de todos que puderem contribuir, será muito mais fácil e mais rápido
conseguir mudar o Maranhão.
Parece óbvio que o ex-presidente teria, como tem em qualquer
lugar, uma participação muito importante em tudo. Repito: não se trata de pacto
político, mas sim de tentar elencar um grupo de projetos estruturantes para que
possamos pular etapas e colocar o Maranhão em seu lugar entre os estados mais
promissores do país.
Aqui falo por mim. Não falo por mais ninguém. Portanto não
se trata de qualquer tipo de barganha. Não se trata da oferta de cargos em
troca de apoio. Não é, enfatizo, um pacto político. Não se trata, enfim, de troca
de favores.
O que pretendo é unir todos pelo desenvolvimento do
Maranhão. É escolher pelo debate alguns projetos realmente fundamentais para
alavancar o crescimento do estado e melhorar a vida sofrida de nossa população.
Entre nós temos vários políticos de enorme prestígio, a começar pelo governador
Flávio Dino e pelo ex-presidente José Sarney, juntando senadores, deputados
federais e estaduais. Temos força política para, juntos nesse propósito,
conseguirmos grandes avanços, desde que todos puxem numa só direção. O momento
é de imensa dificuldade. O país quebrado, o governo federal politicamente
paralisado por uma crise que começou política, indo em seguida tomar conta da
economia e agora é social, com a inflação e o desemprego batendo à porta.
Não será tarefa fácil. Mas se estivermos unidos e com uma
pauta bem estabelecida, creio que seremos fortes, objetivos e com grandes
chances de conseguirmos grandes avanços. Só o fato de termos uma agenda em
comum será de uma importância extraordinária.
Falo por mim, sem medos de patrulhas e de maus entendidos.
Não serei eu a ganhar nada me arriscando assim. Será o povo do Maranhão. Mas
sei que muitos entre nós pensam como eu. Não estarei sozinho e nem pregando no
deserto. Nossa sociedade não perdoará a nós políticos, se não nos unirmos em
torno do projeto maior que é o desenvolvimento do Maranhão. Essa é a finalidade
maior de estarmos na política, com ou sem mandatos.
“Pronto, falei” - como dizem os internautas. Peço a reflexão
de todos. Não se trata de rendição e nem de submissão. Trata-se do Maranhão!
Pensem nisso e vamos juntos!
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