O procurador regional da República Carlos Fernando dos
Santos Lima, que integra a força-tarefa da Operação Lava Jato, afirmou nesta
segunda-feira, 21, que 'não tem dúvida nenhuma' de que os maiores escândalos de
corrupção da história recente do País - Mensalão, Petrolão e Eletronuclear -
tiveram origem na Casa Civil do Governo Lula.
Durante entrevista em que foram revelados dados da nova fase
da Operação Lava Jato, a 19ª etapa, com onze mandados judiciais cumpridos, o
procurador foi taxativo ao ser indagado se os novos alvos têm ligações com o
ex-ministro-chefe da Casa Civil do Governo Lula, José Dirceu, preso na Operação
Pixuleco 2, em agosto.
"Quando falamos que estamos investigando esquema de
compra de apoio político para o governo federal através de corrupção, estamos
dizendo que os casos Mensalão, Petrolão e Eletronuclar são todos conexos porque
dentro deles está a mesma organização criminosa e as pessoas ligadas aos
partidos políticos. Não tenho dúvida nenhuma de que todos ligados à Casa Civil
do governo Lula, tudo foi originado dentro da Casa Civil."
Nesta segunda-feira, na 19ª fase da Lava Jato, a Nessun
Dorma (Ninguém Durma), o executivo José Antunes Sobrinho, um dos donos da
Engevix, foi preso preventivamente em Santa Catarina. O lobista João Henriques,
ligado ao PMDB, também é alvo.
José Antunes Sobrinho é suspeito de ter pago propinas em
cima de contratos da empreiteira com a Eletronuclear que somavam R$ 140
milhões, entre 2011 e 2013. Os valores teriam sido pagos para a Aratec, empresa
controlada pelo ex-presidente da Eletronuclear Othon Luiz Pinheiro da Silva.
José Antunes será levado para a Superintendência da Polícia Federal em
Curitiba.
Othon Luiz foi preso em 28 de julho na Operação
Radioatividade. Nome de grande prestígio na área, o almirante, no fim dos anos
1970 (governo general Ernesto Geisel) participou diretamente do projeto do
submarino nuclear brasileiro.
O alvo desta nova fase são propinas que teriam sido pagas
envolvendo a Eletronuclear e a diretoria internacional da Petrobrás. Trinta e
cinco policiais cumprem 11 mandados judiciais, sendo sete mandados de busca e
apreensão, um mandado de prisão preventiva, um mandado de prisão temporária e
dois mandados de condução coercitiva em Florianópolis, São Paulo e Rio de
Janeiro.
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