quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Movimentações milionárias de Lula e ex-ministros exigem investigação, cobram deputados


O PSDB quer esclarecimentos e as punições necessárias para aqueles que dilapidaram o patrimônio público brasileiro usando recursos oriundos do BNDES. Em nota divulgada no fim de semana, o partido afirma que “vê com extrema preocupação os dados revelados pela revista Época deste fim de semana que demonstram movimentações financeiras milionárias e, segundo o Coaf, incompatíveis com a realidade de seus autores, o ex-presidente Lula e os ex-ministros Fernando Pimentel, Antonio Palocci e Erenice Guerra”.

Após a revelação das transações suspeitas, deputados tucanos defenderam a convocação dos quatro petistas na CPI do BNDES para que expliquem as movimentações. O relatório do Coaf foi encaminhado ao colegiado. Ainda de acordo com a nota do PSDB, “as suspeitas reveladas pelo Coaf exigem uma ampla e profunda investigação. A sociedade brasileira tem o direito de ver todas essas questões esclarecidas e as nossas instituições o dever de garantir que isso ocorra”.
O líder Carlos Sampaio (SP) alertou para a gravidade dos dados. “Que bandalheira é essa? Se for verdade, esses caras devem ser imediatamente presos”, apontou. Conforme lembrou, o relatório do Coaf revela transações com indícios de irregularidades de pessoas e empresas que se encontram sob investigação nas operações policiais.
De acordo com a reportagem de “Época”, só o quarteto formado pelo ex-presidente Lula, Palocci (ex-ministro da Casa Civil e da Fazenda), Pimentel (governador de Minas) e Erenice (ex-ministra da Casa Civil) realizou operações bancárias, entre 2008 e 2015, que chegam a R$ 300 milhões. “Na conta de Lula, foram R$ 52,3 milhões, quantia considerada “incompatível com o patrimônio, a atividade econômica ou a ocupação profissional” do ex-presidente. Palocci foi além e movimentou R$ 216 milhões suspeitos”, ressaltou Sampaio.
O deputado Betinho Gomes (PE) considerou a informação ‘gravíssima” e defendeu que os quatro sejam ouvidos imediatamente pela CPI do BNDES, da qual é integrante. “Temos urgentemente que ouvir as pessoas citadas, além de exigir a quebra dos sigilos destes personagens que foram detectados no relatório do Coaf. Vou propor estes encaminhamentos na próxima reunião do colegiado para avançarmos e apurarmos, de fato, o que tem acontecido nesta relação que vem se mostrando cada vez mais nebulosa entre lideranças petistas e as empresas que financiam o suposto esquema de corrupção”, afirmou.
Lula, Palocci, Erenice e Pimentel são alvo de pedidos de convocação ou de quebra de sigilos bancários, fiscal e telefônicos no colegiado, justamente por figurarem entre os suspeitos de terem usado a instituição financeira para beneficiar grupos econômicos com financiamentos subsidiados. Os quatro também estão na mira da Polícia Federal e do Ministério Público Federal, em operações como Lava Jato, Acrônimo e a Zelotes, por suspeitas de lavagem de dinheiro, tráfico de influência e corrupção.
Ao jornal “O Globo”, o 1º vice-presidente da CPI, Miguel Haddad (SP), disse que o relatório do Coaf parece bem consistente e aponta a existência de indícios de movimentações suspeitas. “Todos os elementos apontam para a importância de ouvi-los e eles poderiam aproveitar a oportunidade para esclarecer essas movimentações incompatíveis”, defendeu.
Também integrante da comissão, Alexandre Baldy (GO) lembrou que há requerimentos na comissão pendentes de votação que pedem a ida de personagens envolvidos nesse escândalo. “Vamos lutar para aprová-los, pois a população precisa e merece saber quem são essas pessoas e de onde surgiu todo esse dinheiro. Respeito ao trabalhador que paga os impostos e leva uma vida digna é o mínimo que podemos cobrar”, declarou.
O relatório do Coaf representa a maior devassa já realizada nas contas de pessoas que passaram pelo governo do PT. Há indícios de diversas irregularidades. Vão de transações financeiras incompatíveis com o patrimônio a saques em espécie, passando pela resistência em informar o motivo de uma grande operação e a incapacidade de comprovar a origem legal dos recursos.
Normas burladas
Baldy também comentou outra grave denúncia envolvendo o banco de fomento. Segundo a “Folha de S.Paulo”, o BNDES contornou uma norma interna que o proíbe de conceder empréstimos a empresas cuja falência tenha sido requerida na Justiça e concedeu crédito de R$ 101,5 milhões ao pecuarista José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Lula que se tornou um dos alvos da Operação Lava Jato.
“Quando digo que o BNDES, banco público bancado pelo dinheiro dos impostos dos trabalhadores brasileiros, foi usado para atender a interesses privados me refiro a situações como essa. Mais um indício de tráfico de influência é confirmado”, reprovou.
* Do PSDB na Câmara

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