O PSDB quer esclarecimentos e as punições necessárias para
aqueles que dilapidaram o patrimônio público brasileiro usando recursos
oriundos do BNDES. Em nota divulgada no fim de semana, o partido afirma que “vê
com extrema preocupação os dados revelados pela revista Época deste fim de
semana que demonstram movimentações financeiras milionárias e, segundo o Coaf,
incompatíveis com a realidade de seus autores, o ex-presidente Lula e os
ex-ministros Fernando Pimentel, Antonio Palocci e Erenice Guerra”.
Após a revelação das transações suspeitas, deputados tucanos
defenderam a convocação dos quatro petistas na CPI do BNDES para que expliquem
as movimentações. O relatório do Coaf foi encaminhado ao colegiado. Ainda de
acordo com a nota do PSDB, “as suspeitas reveladas pelo Coaf exigem uma ampla e
profunda investigação. A sociedade brasileira tem o direito de ver todas essas
questões esclarecidas e as nossas instituições o dever de garantir que isso
ocorra”.
O líder Carlos Sampaio (SP) alertou para a gravidade dos
dados. “Que bandalheira é essa? Se for verdade, esses caras devem ser
imediatamente presos”, apontou. Conforme lembrou, o relatório do Coaf revela
transações com indícios de irregularidades de pessoas e empresas que se
encontram sob investigação nas operações policiais.
De acordo com a reportagem de “Época”, só o quarteto formado
pelo ex-presidente Lula, Palocci (ex-ministro da Casa Civil e da Fazenda),
Pimentel (governador de Minas) e Erenice (ex-ministra da Casa Civil) realizou
operações bancárias, entre 2008 e 2015, que chegam a R$ 300 milhões. “Na conta
de Lula, foram R$ 52,3 milhões, quantia considerada “incompatível com o
patrimônio, a atividade econômica ou a ocupação profissional” do ex-presidente.
Palocci foi além e movimentou R$ 216 milhões suspeitos”, ressaltou Sampaio.
O deputado Betinho Gomes (PE) considerou a informação
‘gravíssima” e defendeu que os quatro sejam ouvidos imediatamente pela CPI do
BNDES, da qual é integrante. “Temos urgentemente que ouvir as pessoas citadas,
além de exigir a quebra dos sigilos destes personagens que foram detectados no
relatório do Coaf. Vou propor estes encaminhamentos na próxima reunião do
colegiado para avançarmos e apurarmos, de fato, o que tem acontecido nesta
relação que vem se mostrando cada vez mais nebulosa entre lideranças petistas e
as empresas que financiam o suposto esquema de corrupção”, afirmou.
Lula, Palocci, Erenice e Pimentel são alvo de pedidos de
convocação ou de quebra de sigilos bancários, fiscal e telefônicos no
colegiado, justamente por figurarem entre os suspeitos de terem usado a
instituição financeira para beneficiar grupos econômicos com financiamentos
subsidiados. Os quatro também estão na mira da Polícia Federal e do Ministério
Público Federal, em operações como Lava Jato, Acrônimo e a Zelotes, por
suspeitas de lavagem de dinheiro, tráfico de influência e corrupção.
Ao jornal “O Globo”, o 1º vice-presidente da CPI, Miguel
Haddad (SP), disse que o relatório do Coaf parece bem consistente e aponta a
existência de indícios de movimentações suspeitas. “Todos os elementos apontam
para a importância de ouvi-los e eles poderiam aproveitar a oportunidade para
esclarecer essas movimentações incompatíveis”, defendeu.
Também integrante da comissão, Alexandre Baldy (GO) lembrou
que há requerimentos na comissão pendentes de votação que pedem a ida de
personagens envolvidos nesse escândalo. “Vamos lutar para aprová-los, pois a
população precisa e merece saber quem são essas pessoas e de onde surgiu todo
esse dinheiro. Respeito ao trabalhador que paga os impostos e leva uma vida
digna é o mínimo que podemos cobrar”, declarou.
O relatório do Coaf representa a maior devassa já realizada
nas contas de pessoas que passaram pelo governo do PT. Há indícios de diversas
irregularidades. Vão de transações financeiras incompatíveis com o patrimônio a
saques em espécie, passando pela resistência em informar o motivo de uma grande
operação e a incapacidade de comprovar a origem legal dos recursos.
Normas burladas
Baldy também comentou outra grave denúncia envolvendo o
banco de fomento. Segundo a “Folha de S.Paulo”, o BNDES contornou uma norma
interna que o proíbe de conceder empréstimos a empresas cuja falência tenha
sido requerida na Justiça e concedeu crédito de R$ 101,5 milhões ao pecuarista
José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Lula que se tornou um dos alvos da
Operação Lava Jato.
“Quando digo que o BNDES, banco público bancado pelo
dinheiro dos impostos dos trabalhadores brasileiros, foi usado para atender a
interesses privados me refiro a situações como essa. Mais um indício de tráfico
de influência é confirmado”, reprovou.
* Do PSDB na Câmara
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Este blog só aceita comentários ou críticas que não ofendam a dignidade das pessoas.