quinta-feira, 18 de agosto de 2016

MEU ENCONTRO COM LÍCIA...


Não conhecia Lícia. Causou-me surpresa quando a vi em qualquer ponto no Universo, num cochilo sem sono...

As flores me levam a perfumes eternos /

Viajo no tempo e ao tempo me vi /

Abraçado por Lícia com um abraço fraterno

Deitei-me em seus braços e um amor de luz eu senti...

Parece um conto de fada ou história sem rumo!
Acordei cansado, naquela terça-feira. Tudo nublado!...
Minha cabeça pesada, uma forte dor no peito, uma tristeza profunda!... Meus braços dormentes, um fervilhar nas pernas, uma angústia agonizante!
Saí por aí, pelas ruas do Cohatrac, sob um sol causticante que fazia a cidade ferver.

Encontrei, atravessando a rua, um velho e querido amigo. Saudou-me... Conversamos... Oliveira Ramos, cronista, poeta e jornalista, insistia em conversar comigo. Eu parecia longe, distante, mas sorria, sem saber que sorria.
Oliveira alegrou a conversa. Eu queria dizer-lhe algo, mas não disse... De repente, mais do que de repente, desejei falar-lhe; mas nada disse.
Eu vivia meus momentos de profunda tristeza. Achava-me estar a caminho de uma depressão. Não desejava mais escrever. Pensei encerrar o blog, sair das redes sociais, entregar-me de vez à tristeza que plantou semente em meu peito desde o final de 2010..., com a situação agravada nos últimos seis meses deste ano.

Resistia bravamente, com sorrisos e falsas alegrias, fazendo o tempo passar... A tristeza malvada graceja das minhas falsas alegrias!... Quantas vezes participamos de um jogo que não queremos, resistindo em nome da harmonia, com a esperança de que a paz um dia chegará!... Às vezes, com paciência, superamos as dificuldades. Mas há casos em que não a mais o que fazer.

O mundo de hoje é muito complicado...

Lembro-me da Saúde Pública!...  Ela não existe. Na minha cidade ela foi esquecida... No meu Estado, parou. No Brasil é uma vergonha!... E há denúncias de que, em nosso Brasil, muitas são as denúncias envolvendo recursos desviados da Saúde Pública, roubados pelos ladrões sem alma.   

Uma cirurgia de catarata (dos dois olhos ou mesmo de um olho só) aguarda, por anos e anos, na fila, a sua vez!... Aqui no Brasil, cirurgia faz fila... E como faz!... Muitos doentes morrem ou ficam cegos sem serem atendidos, sequer em uma consulta.

Tudo isso traz tristeza... Quase não dormimos, fazendo da noite o palco das nossas lamentações.

Segunda-feira poderia ter sido meu último dia de Diário (Diário do Hélcio).

Minhas noites, de alguns anos pra cá, são de poucas horas dormidas. A madrugada me acorda e me faz companhia até ao nascer do Sol. Isso vem sendo rotina.

O meu cotidiano tem sido escrever e é também ler; vem sendo assim.  

Estou evitando algumas leituras sobre os últimos noticiários políticos. Evidente que precisamos continuar a luta contra uma quadrilha que assaltou o país. Essa gente roubou tanto, tanto, tanto; que nem sei mais o tamanho do tanto. Uns já estão presos e todos serão presos.

O Brasil vai se libertar dessa quadrilha...

Segunda-feira, dia 15, pensei realmente em escrever meu último Diário e encerrar o blog.

Já não me sentia bem. A tristeza fazia-se exaltante, tirando-me a vontade de escrever. Mesmo assim escrevi segunda-feira pensando ser meu último texto. Recordo abaixo o primeiro assunto do Diário da segunda, com o título A Lei de Deus:

Foi perguntado aos seres de luz o que se deve entender por lei natural?

Os seres de luz responderam:

- É a lei de Deus; é a única necessária à felicidade do homem; ela lhe indica o que ele deve fazer ou não fazer e ele só se torna infeliz porque dela se afasta.

E ainda foi indagado se a lei de Deus é eterna... E os seres de luz disseram:

- É eterna e imutável, como o próprio Deus.

Houve então uma insistência para a terceira pergunta:

- Onde está escrita a lei de Deus?

A resposta chegou em duas palavras:

- Na consciência.

Na terça-feira, nada escrevi!... Postei, todavia, um belo poema de Anaira Mafeoli (SEGREDO DO UNIVERSO).

Fui à cama, logo cedo da noite, chamando o sono; e ele não chegava. Mais tarde dormi e acordei logo, e sem demora, a uma hora da madrugada.

Quase ao amanhecer, um cochilo de criança adormece meus sentidos, uma sensação sonolenta sem ser um sono profundo, deixando-me quieto. E quieto, como uma criança que sonha sorrindo sem saber o que é sonho, encontro Lícia em algum ponto do cosmo, em outra dimensão que não sei dizer onde...

Abraça-me! Sinto uma energia diferente envolver-me. Seria o inicio de um tratamento de fluidoterapia espiritual? Talvez...

Aquela jovem bela, com uma luz brilhante e suave nos olhos, deixa seu nome gravado em minha memória do corpo físico: Lícia.

Despertei! Anotei seu nome para não esquecer e, ao amanhecer, algumas coisas ficaram  também lembradas em meus arquivos mentais como se fossem lições deixadas por ela: “continue escrevendo, mesmo sendo uma frase por dia” – “nunca desanime dos seus planos” -  “A alegria acaba com a tristeza, e sem tristeza não há depressão” -  “A mente humana deve sempre se ocupar com a prática do bem, do bom serviço pela causa da paz”.

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