sexta-feira, 7 de outubro de 2016

O velório


Crônica do anoitecer

Hélcio Silva

(07/10/2016)

Hoje o dia foi de sufoco: uma indisposição da peste acompanhada de uma dor de cabeça..., ou na cabeça... ou as duas coisas...

Lembro-me de um amigo meu, de lá da nossa adolescência, que, para ele, escrever dor de cabeça ou dor na cabeça tanto faz se alguém vai achar certo ou errado. Segundo seu entendimento, tudo deveria estar obrigatoriamente dependente do tempero do verbo...  E ele, como eu, era de pouco saber; apenas, ele sendo o mais falador de todos, que pensava saber muito pelo falar.

E faz tempo que ele me deu essa aula. Lição com mais de meio século de tempo, um pouco mais, aproximadamente...

Ele foi logo me dizendo: o português não é exatamente algo que se é obrigado dizer agarrando-se ao que se pensa ser correto somente para agradar à gramática ou ao Doutor da língua O importante é fazer-se entender..., saber usar a lógica do verbo,sem, necessariamente, a rigidez da conjugação.

E ele entrou então com a lógica verbal: você sente dor onde? Na cabeça... Então é dor na cabeça...

Vem a seguir à segunda lógica: mas, você sente dor de quê? De cabeça... Então é dor de cabeça.

Como se observa, a resposta obedecia ao que era perguntado, cumprindo-se uma lógica verbal....

Isso era uma brincadeira nossa em tempo que já se foi há mais de 60 anos, onde o nosso WhatsApp era o sapinho da  lagoa e a gente tinha tempo para brincar dessas coisas...

Hoje é whatsApp, é face e são outros eletrônicos que comandam nossas vidas e nos levam às vidas dos outros... E aí ficamos sabendo da vida de todo mundo...

E assim é que fui levado por uma corrente eletrônica até à Coluna do Augusto Nunes, jornalista da Revista Veja, e fiquei sabendo que o Instituto Lula virou velório: enterro de indigente.

Na abertura do fuxico, fui logo lendo o texto do Augusto:

“Com o sumiço dos empreiteiros, dos reitores e dos companheiros, só a visita de advogados impede que o bunker do ex-presidente fique mais deserto que enterro de indigente”.

Respirei com a minha graça / Saí para ver o anoitecer / E vem a rosa a banhar-me com seu aroma / Falando pra noite me adormecer!...

E agora volto ao Augusto Nunes e leio o resto do fuxico:

“O Instituto Lula anda mais deserto que enterro de indigente. Os empresários que patrocinavam o camelô de empreiteiras disfarçado de palestrante estão na cadeia ou usando tornozeleiras. Também se evaporou a fila de reitores interessados em transformar em doutor honoris causa o Exterminador do Plural que nunca leu um livro nem aprendeu a escrever. E os candidatos que faziam o diabo para enfeitar o palanque com o campeão de votos hoje fogem de Lula como o diabo da cruz”.

Assim é a vida... Lula está só... E o Instituto com cara de velório...

Boa noite meus amigos e minhas amigas deste nosso Brasilzão...

Até mais ver!


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