quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Pezão diz estar tranquilo sobre investigações que levaram à prisão de Cabral.

Cabral disse que reforma do Maracanã começou quando Pezão era secretário de Obras. Segundo o MPF, atual governador não foi citado por nenhum delator.


Do G1 Rio

O governador Luiz Fernando Pezão se manifestou sobre as investigações que levaram à prisão de Sérgio Cabral. Pezão foi vice-governador e secretário de Obras durante a gestão de Cabral, mas disse que está tranquilo em relação às ações do Ministério Público Federal. Nos depoimentos, Cabral disse que a reforma no estádio do Maracanã começou quando Pezão era secretário de Obras do estado.
De acordo com Pezão, todos os editais da obra do estádio foram submetidos antes ao Tribunal de Contas do Estado. “Hudson Braga foi uma pessoa que foi escolhida por mim. A gente só realizava licitação depois de passar pelo crível do Tribunal De Contas Do Estado. A gente discutiu muito o Maracanã. Foi o primeiro estádio a ser aprovado por unanimidade no Tribunal de Contas da União. Então não tenho problema nenhum. Eu recebi todos os grandes empreiteiros. Todos eles conversavam comigo, de todas as obras, desde o Comperj. Tive minha vida virada do lado do avesso na Lava-Jato. A Polícia Federal pediu o arquivamento. Então, eu tenho muita tranquilidade quanto a isso”, afirmou Pezão.

De acordo com o Ministério Público Federal, Luiz Fernando Pezão não foi citado por nenhum delator no processo que apura a corrupção na gestão de Sérgio Cabral.
“Fui secretário de obras no primeiro mandato, e a partir de 2011 fui coordenador de infraestrutura de todas as secretarias, Hudson Braga conheci em Volta Redonda e era secretário do prefeito Neto. Então, nós tínhamos muita pauta em comum. E como eu fui cuidar da infraestrutura, ele foi trabalhar comigo. E depois entrou no meu lugar na secretaria de obras. Ele montou a equipe dele, eu montei a minha equipe”, ressaltou o governador.

O atual governador do Rio foi citado duas vezes no depoimento de Sérgio Cabral, prestado à Polícia Federal (PF) e protocolado na segunda-feira (21), na Justiça Federal do Paraná.
Investigação apura desvio de R$ 224 milhões
O ex-governador foi preso na última quinta-feira (17) sob a acusação de comandar um esquema de corrupção que teria desviado cerca de R$ 224 milhões dos cofres públicos do Rio.
Segundo Cabral, Pezão tinha contato com o empresário Fernando Cavendish e outros empreiteiros que tratavam com a secertaria de Obras. Cavendish era o dono da construtora Delta, responsável por parte das obras do estádio. Ele é acusado de pagar propina para ganhar os contratos e de lavagem de dinheiro.
Segundo o Ministério Público Federal, Cabral é suspeito de cobrar propina de empreiteiras para fechar contratos de obras com o estado. As principais obras fraudadas são: reforma do Maracanã (custo total de R$ 1,5 bilhão), PAC das Favelas (custo de R$ 1,14 bilhão) e Arco Metropolitano (custo de R$ 1,55 bilhão). Durante o depoimento, ele ainda se disse indignado com as denúncias e afirmou ter a "consciência tranquila quanto às mentiras absurdas".
Em relação às citações ao nome dele, Pezão disse ter "muita tranquilidade das obras" que fez. "Assumo que toquei a obra do Maracanã, do PAC das Favelas, do Arco Metropolitano e tiramos do papel. Eu era uma pessoa que vivia em contato em Brasília fazendo as liberações dos recursos, lutando contra a burocracia. Temos muita tranquilidade das obras que fizemos", afirmou.
Segundo o governador, todos os editais das obras sempre foram submetidos ao Tribunal de Contas do Estado. "A gente só iniciava a licitação depois de passadas pelo crivo do tribunal, então tenho muita tranquilidade para abrir e discutir essas obras."
Ele ainda disse que conversou com todos os empreiteiros e em relação a todas as obras realizadas na época, não somente com um em específico. “Recebi todos os grandes empreiteiros, todos eles conversavam comigo, de todas as obras. Tive a minha vida virada do lado do avesso na Lava Jato. A Polícia Federal pediu o arquivamento, então tenho muita tranquilidade quanto a isso”, ressaltou.
As declarações foram dadas a jornalistas nesta terça (22) durante intervalo de reunião com governadores com o presidente da República, Michel Temer, e o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, para tratar da crise dos estados no Palácio do Planalto, em Brasília.

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