Ele comeu pão com manteiga e tomou café com leite nesta
manhã.
Do G1 Rio
O ex-governador Sérgio Cabral (PMDB), preso nesta
quinta-feira (17) pela Polícia Federal, teve a cabeça raspada após chegar ao
complexo penitenciário de Gericinó, em Bangu, Zona Oeste do Rio, segundo a
Secretaria de Administração Penitenciária (Seap). Ele chegou ao local com uma
camisa social azul clara, mas teve que trocar a roupa por uma calça jeans e
camiseta branca, igual a de outros presos da unidade. Ele está preso em uma
cela outros cinco presos da operação desta quinta.
O ex-governador passou a noite em uma cela de nove metros
quadrados no complexo e aceitou o café da manhã da unidade, composto por um pão
na manteiga e café com leite, mesmo cardápio dos outros detentos.
No almoço e no jantar, o cardápio é composto por: arroz
ou macarrão, feijão, farinha, carne branca ou vermelha (carne, peixe, frango),
legumes, salada, sobremesa e refresco. Já o lanche é um guaraná e pão com
manteiga ou bolo.
Cabral foi preso por suspeita de desvios em obras do
governo estadual feitas com recursos federais. De acordo com a denúncia, ele
recebia "mesadas" entre R$ 200 mil e R$ 500 mil de empreiteiras,
segundo procuradores das forças-tarefa da Lava Jato do Rio e no Paraná.
Além do ex-governador, outras nove pessoas foram presas
na Operação Calicute. O prejuízo é estimado em mais de R$ 220 milhões. As
principais obras fraudadas foram o Arco Metropolitano, a reforma do Maracanã e
o PAC das Favelas.
Segundo o Ministério Público Federal (MPF), Cabral
chefiava a organização criminosa e chegou a receber R$ 2,7 milhões em espécie
da empreiteira Andrade Gutierrez, por contrato em obras no Complexo
Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj).
O esquema também envolvia lavagem de dinheiro por meio de
contratos falsos com consultorias e por meio da compra de bens de luxo.
O procurador disse ainda que a propina exigida pelo
ex-governador era de 5% por obra, mais 1% da chamada "taxa de
oxigênio", que ia para a secretaria de Obras do governo, então comandada
por Hudson Braga. Segundo o procurador, os pagamentos de mesada a Cabral
ocorreram entre 2007 e 2014.
O esquema, aponta a investigação, também envolvia lavagem
de dinheiro por meio de contratos falsos com consultorias e compra de bens de
luxo, que incluíam vestidos de festa, joias e uma lancha avaliada em R$ 5
milhões, e até cachorros-quentes de uma festa de aniversário do filho do
político.
A mulher do ex-governador, Adriana Ancelmo, foi alvo de
condução coercitiva, quando alguém é conduzido para depor. Ela é suspeita de
ser beneficiária do esquema criminoso.
O G1 ligou por volta das 13h para o escritório e para
celulares de advogados que representam Cabral, mas não obteve resposta até as
20h. A defesa de Adriana informou que se pronunciará na sexta-feira (18).
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