sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

CARNAVAL É FICAR LIVRE DA CARNE?

Fátima Moura*


Carnaval, considerada a maior festa popular da Humanidade, surgiu na Antiguidade entre os povos hebreus, gregos e romanos. Eram festejos pagãos que serviam para celebrar colheitas e louvar a alguns Deuses, inclusive Saturno, deus da Agricultura, através das comemorações chamadas "saturnais". Em carros alegóricos, que levavam homens e mulheres nus, o povo enlouquecido e envolvido por aquelas vibrações inebriantes, deixava entrever o “carnis levale”, que significa "retirar ou ficar livre da carne", a fim de viver intensamente aquele momento regado de paixões delirantes. Tudo era possível, tudo era permitido. Segundo historiadores, era a preparação para um grande período de abstinência e que viria logo após aquela festa, numa tentativa da Igreja Católica se enquadrar numa festa pagã.

            No Rio de Janeiro, a situação não é diferente. O Guinness Book como o maior Carnaval do mundo, com um número estimado de 2 milhões de pessoas, por dia, nos blocos de rua da cidade. É a festa da liberação, do tudo pode, regada a altos índices de morte e violência.

            Nós que já estudamos a Doutrina Espírita, sabemos que os mundos corpóreos e extracorpóreos estão interligados, e na festa da carne, aqueles que ainda se comprazem com os prazeres desordenados que se apresentam na terra, se afinizam ainda mais àqueles que com os mesmos pensamentos se deleitam e se comprazem em atitudes correlatas, formando um cordão de encarnados e desencarnados unidos pela loucura.

            Segundo os benfeitores espirituais, o carnaval ainda guarda vestígios das festas mundanas da Antiguidade. Regado a todo tipo de exageros, o carnaval possibilita a ação de irmãos menos felizes que ainda se deleitam com as vibrações que conseguem extrair dos foliões encarnados.

            Na palavra do médico dos pobres, Doutor Bezerra de Menezes, como nosso imperativo maior é a Lei de Evolução, um dia tudo isso vai passar, todas as manifestações ruidosas de nossa inferioridade desaparecerão da face da Terra. Nosso intuito é caminhar sempre para a luz e, assim sendo, todas essas emanações darão lugar aos nossos melhores sentimentos. Será o homem despertando para a beleza e para os espetáculos de arte, para a boa música, sem os arroubos da carne e do desregramento doentio que ainda se vê em nossos dias.

            Aqueles que insistem em buscar esse intercâmbio, durante o sono, segundo nos esclarecem os espíritos, frequentam as regiões de baixo teor vibratório que atraem os espíritos desequilibrados e desses seres, mas porque a eles se ligam pelo pensamento, acolhendo as tendências de cada um como ímãs que se atraem para o mal.

            Ao estudar a palavra educativa do mundo espiritual, nosso propósito se torna a domar as tendências animalescas que ainda existem em nós, buscando a nossa reforma íntima e tentando aplicar novas atitudes através da prece e da leitura edificante.

            Há os que preferem os retiros, isolando-se em regiões bucólicas. Os jovens espíritas buscam ambientes juvenis de estudo e música; tomemos como exemplos de nossas Comeerj’s, onde num ambiente sadio os jovens oram, aprendem um pouco mais sobre a eternidade da vida e a qualidade de nossas vibrações.

            Afinal, esse deve ser o nosso ponto de equilíbrio.

*Fátima Moura é escritora.

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