Cidade do Vaticano (RV) – O Papa começou a semana celebrando a missa na capela da Casa Santa Marta (20/03). Francisco dedicou sua homilia a São José, cuja solenidade foi transferida de 19 para 20 de março para não coincidir com o domingo de Quarema.
São José obedece ao anjo que aparece em seu sonho e toma
consigo Maria, grávida por obra do Espírito Santo, como narra o Evangelho de
Mateus. Um homem silencioso, mas obediente. José é um homem que carrega sobre
seus ombros as promessas de “descendência, de herança, de paternidade, de
filiação e de estabilidade”:
“E este homem, este sonhador, é capaz de aceitar esta
tarefa, esta tarefa difícil e que muito tem a nos dizer neste período de uma
grande sensação de orfandade. E assim este homem toma a promessa de Deus e a
leva avante em silêncio com fortaleza, a leva avante para aquilo que Deus quer
que seja realizado”.
São José é um homem que pode “nos dizer muito, mas não
fala”, “o homem escondido”, o homem do silêncio, “que tem a maior autoridade
naquele momento, sem a demonstrar”. E o Papa destaca que aquilo que Deus confia
ao coração de José são “coisas fracas”: “promessas” e uma promessa é fraca. E
depois também o nascimento da criança, a fuga ao Egito, situações de fraqueza.
José carrega no coração e leva avante “todas essas fraquezas” como se deve fazer:
“com muita ternura”, “com a ternura com a qual se pega uma criança”:
“É o homem que não fala, mas obedece, o homem da ternura,
o homem capaz de levar adiante as promessas para que se tornem firmes, seguras.
O homem que garante a estabilidade do Reino de Deus, a paternidade de Deus, a
nossa filiação como filho de Deus. Gosto de pensar José como guardião das
fraquezas, de nossas fraquezas: é capaz de fazer nascer muitas coisas bonitas
de nossas fraquezas, de nossos pecados.”
José é o custódio das fraquezas para que se tornem firmes
na fé, mas esta tarefa ele recebeu durante um sonho: “É um homem capaz de
sonhar”, observou o Papa. É também o “guardião do sonho de Deus”: o sonho de
Deus de nos salvar, de nos redimir, foi confiado a ele”. “É grande este carpinteiro!”,
exclamou o Papa: “silencioso, trabalhador e guardião que carrega as fraquezas e
é capaz de sonhar. Uma figura que tem uma mensagem para todos”:
“Eu hoje quero lhe pedir que dê a todos nós a capacidade
de sonhar, porque quando sonhamos coisas grandes, coisas bonitas, nos
aproximamos do sonho de Deus, das coisas que Deus sonha para nós. Que aos
jovens dê, porque ele era jovem, a capacidade de sonhar, de arriscar e assumir
as tarefas difíceis que viram nos sonhos. E dê a todos nós a fidelidade que geralmente
cresce num comportamento justo, e ele era justo, cresce no silêncio, poucas
palavras, e cresce na ternura que é capaz de proteger as próprias fraquezas e
as dos outros”.
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