Edgard Júnior, da ONU News em Nova Iorque.
A Organização Mundial da Saúde, OMS, lançou uma campanha
para incentivar e aumentar as doações de sangue no mundo inteiro.
A iniciativa marca o Dia Mundial do Doador de Sangue,
esta quarta-feira, 14 de junho. A agência da ONU pergunta O que você pode
fazer? E a resposta é: "Doe Sangue. Doe Agora. Doe Sempre."
Brasil
De São Paulo, o médico da Fundação Pró-Sangue, ligada ao
governo do Estado de São Paulo, no Brasil, Carlos Roberto Jorge, falou à ONU News,
sobre a situação das doações de sangue no país.
"A situação aqui no Brasil está bem aquém do que a
gente precisaria ter. A Organização Mundial da Saúde especifica que pelo menos
5%, de 4 a 5% da população, doe sangue.
Nós temos aqui menos de 2%, por volta
de 1,9%. Então isso tem que ser incentivado, principalmente aqui em São Paulo,
nós tivemos uma queda desde março aqui na Fundação Pró-Sangue, que é o maior
hemocentro de São Paulo, aliás é o maior hemocentro do Brasil, nós tivemos uma
queda de de 50% nas nossas coletas."
Segundo a OMS, todos os anos são coletadas 112,5 milhões
de doações de sangue globais, metade delas está em países de alta renda. O
problema é que essas nações representam somente 19% da população mundial.
A média em países ricos é de 32 doações para cada mil
pessoas por ano. Nas nações de média renda, esse número não chega a oito
doações e nos países pobres, são apenas 4,5 doações de sangue para cada mil
pessoas.
Segundo a ONU, as vidas e a saúde de milhões de pessoas
são afetadas por emergências todos os anos. Na última década, desastres
naturais como terremotos, enchentes e tempestades causaram mais de 1 milhão de
mortes no planeta.
A transfusão de sangue é um componente essencial durante
emergências no sistema de saúde.
Objetivo
O objetivo da campanha da OMS é encorajar as pessoas a
doarem sangue e fazer com que os governos criem programas nacionais de doação
de sangue para responder em casos de necessidade.
Para a ONU é importante incluir os serviços de transfusão
nas estratégias de prontidão e resposta durante emergências.
Além disso, é preciso chamar a atenção da população para
o problema da falta de doações e celebrar, agradecer e incentivar as pessoas
que doam sangue e a participação de novos doadores.
A OMS explica que as doações de sangue de apenas 1% da
população de qualquer país seria suficiente para atender as necessidades
básicas do sistema de saúde, mas isso não acontece.
Todo o sangue doado deve ser examinado para HIV, hepatite
B e C e sífilis antes de qualquer tipo de transfusão.
A agência da ONU diz que 35 países não têm condições de
testar todo o material doado, as razões para isso vão desde a falta de pessoal
qualificado até a falta de equipamento para executar a tarefa.
O evento global da campanha este ano vai ser realizado na
cidade de Hanói, no Vietnã.
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