Jornal do Brasil
O presidente Michel Temer fez um pronunciamento nesta
terça-feira (26) na qual rebateu as acusações do procurador-geral da República,
Rodrigo Janot, e afirmou que a denúncia contra ele são "ilações".
"Nesse momento em que colocamos o país nos trilhos, somos vítimas dessa
infâmia de natureza politica", disparou, acrescentando. "Há um
atentado contra nosso país."
Temer menosprezou o aspecto jurídico da acusação.
"Reinventaram o código penal e incluíram uma nova categoria: a denúncia
por ilação. Se alguém cometeu um crime, e eu o conheço, logo a relação é que eu
sou também criminoso. "Abriu-se portanto um precedente perigosíssimo. Esse
tipo de trabalho trôpego permite as mais variadas conclusões sobre pessoas de
bem e honestas", disse.
Temer partiu para o enfrentamento com Janot, citando
inclusive o caso do ex-procurador Marcelo Miller, que deixou a força-tarefa da
Lava Jato em março deste ano e passou a trabalhar no escritório de advocacia
que negociou os termos da leniência do grupo JBS com a Procuradoria-Geral da
República.
"Esta ilação permitiria construir a seguinte
hipótese: um assessor próximo ao procurador-geral da República, e dou seu nome,
porque meu nome foi usado deslavadamente, inúmeras vezes na denúncia, havia até
o desejo de ressaltar meu nome, dou o nome de Marcelo Miller, da mais restrita
confiança de Procuradoria-Geral da República. Saiu e já foi trabalhar para esta
empresa. E ganhou na verdadeiros milhões em poucos meses. O que talvez levaria
décadas para poupar. Garantiu ao seu novo patrão um acordo benevolente, que
tira seu patrão das garras da Justiça, e gera impunidade nunca antes vista.
Ninguém saiu com tanta imunidade, e tudo ratificado, assegurado pelo
procurador-geral da República. Pelas novas leis penas da ilação, poderíamos
concluir que os milhões de honorários recebidos não seriam para ele",
disse, prosseguindo: "Mas tenho responsabilidade, não farei ilações. Tenho
a mais absoluta convicção que não posso denunciar sem provas. E no caso do
senhor grampeador [referindo-se a Joesley Batista, dono da JBS], o desespero de
se safar da cadeia moveu eles e seus capangas para, depois, haver a delação e o
prêmio da impunidade."
Temer destacou que as acusações contra ele não tem
fundamentos jurídicos. "Sou da área jurídica. Não me impressiono com
fundamentos ou, quem sabe, até com a falta de fundamentos jurídicos, porque
advoguei por muitos anos. Sei o quando uma matéria tem fundamentos jurídicos e
quando não tem. Sob o foco jurídico, minha preocupação é minima", afirmou.
O presidente prosseguiu destacando que seu esclarecimento
era em função da repercussão política da acusação. "É um ataque injurioso,
indigno, infamante à minha pessoa. Tive uma vida limpa e produtiva. Nesse
momento em que colocamos país nos trilhos, somos vítimas dessa infâmia de
natureza política. Fui denunciado por corrupção passiva a esta altura da vida,
sem jamais ter recebido valores. Nunca vi dinheiro e não participei de acordos
para receber ilícitos. Onde estão as provas concretas de recebimento de valores?
Inexistem."
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