Brasil, um país perdido
Por João Batista Azevedo (Interino)
A cada acontecimento diário na política brasileira mais
fica à mostra que o Brasil está um país acéfalo, perdido. Já não há mais
possibilidade de um debate racional sobre a situação do país. Uns até acham que
sim, outros acham que não. Não se entende mais nada. A decepção vem de todos os
lados. Não bastasse a classe política, agora são os membros do STF, a mais alta
corte de justiça do país, que nos deixa apreensivos com algumas decisões de
alguns de seus ministros. Aliás, entre os próprios membros do STF há
discordância quanto à postura dos políticos que enlodam a atual conjuntura
política brasileira. Para uns poucos temos a melhor casta política, como provam
as últimas decisões.
Cada grupo político vê os acontecimentos da maneira que
lhe convém, e o debate vai para o brejo. Agora disputa-se qual é a maior
quadrilha em ação nesse país abandonado por Deus, que, diziam, era brasileiro.
Só que não. O PT e o PMDB são acusados de terem organizado quadrilhas para
manipular o governo, e existem fatos que demonstram que aos dois cabe essa
horrenda nomenclatura.
O sistema político brasileiro está falido, e a corrupção, a insegurança nas ruas, as políticas públicas ineficientes, o serviço público de qualidade precária e o baixo crescimento econômico são apenas algumas das consequências desse fenômeno. Não somente as investigações da Operação Lava Jato, mas também a situação caótica das penitenciárias, a violência do crime organizado e a falência financeira de estados e municípios colocaram definitivamente a olho nu o problema.
Um dos Procuradores da Força-tarefa da Lava-Jato, Carlos
Fernando dos Santos Lima, resumiu o quão grave é o momento político brasileiro.
“Pode ser que não queiramos acreditar nisso. É natural negarmos a gravidade de
problemas que nos afetam, tentando medidas paliativas, na esperança de que,
diminuindo a febre, possamos escapar da doença. Mas de nada adianta nos
iludirmos, pois é essa doença, um sistema político disfuncional e corrompido,
que subverte a democracia e o estado de direito. Se não nos mata, nos mantém
tísicos, enfraquecidos como nação”.
O golpe contra Dilma foi um erro
É o que assegura o senador e ex-presidente do senado,
Renan Calheiros. Depois de renunciar à liderança do PMDB na quarta-feira,
chamando Temer de covarde e apontando a influência de Eduardo Cunha em seu
governo, o senador Renan Calheiros reconheceu que o impeachment da presidente
eleita Dilma Rousseff foi um erro pelo qual o país está pagando caro. “– É
claro que foi um erro. A ideia de que todos os problemas se resolveriam com o
afastamento dela foi uma estratégia do Eduardo Cunha para governar sob as
costas do Michel”. Pelo sim, pelo não, o certo é que todos os problemas se
agravaram e agora a crise política está chegando a uma situação-limite, está
cobrando uma saída, seja com a antecipação de eleições, como defendeu o
Fernando Henrique, seja com a adoção do parlamentarismo.
Os governos e suas propagandas
Sempre me questionei sobre as mídias dos governos,
sobretudo as dos governos estaduais. Será se elas surtem o efeito que esperam
os governantes? A população que a elas assistem, bem editadas, de fato dão
crédito aquilo que veem? Tenho minhas dúvidas. Se para uns pode ser
gratificante, para outros, é frustrante, sobretudo para aqueles que veem suas
obras prometidas caírem no esquecimento. Este sentimento certamente é o que
recai aos moradores do povoado de Itans, município de Matinha, que teve
prometida a Estrada do Peixe, e até agora, só um enorme lamaçal separa o
povoado da sede do município. Só pra lembrar, Itans é o maior polo produtor de
peixes de criatórios do Estado.
Do mesmo modo frustrante, estão os moradores das cidades
do litoral norte do Estado com a prometida e alardeada construção da ponte
sobre o rio pericumã, ligando os municípios de Bequimão a Central do Maranhão e
a todos os municípios do litoral norte, como Porto Rico, Mirinzal, Apicum-açu,
Serrano, Cedral e outros. A população a ser beneficiada espera mais empenho na
retomada destas obras por parte do governo Flávio Dino, e que tão logo elas
posam integrar o “pool’ de obras concluídas a serem exibidas nas propagandas
oficiais.
A MA-014
A população baixadeira espera ansiosamente que a
recuperação da rodovia MA-014, que liga os municípios da Baixada Maranhense, de
fato seja iniciada agora no mês de julho, como prometeu o secretário de
Infraestrutura Clayton Noleto. As informações dão conta de que toda a rodovia
que vai de Vitória do Mearim a Pinheiro precisa literalmente ser refeita, haja
vista a intrafegabilidade. Não bastasse os reclames da população e de quem
dessa estrada se utiliza, os políticos – alguns naturais de municípios da
Baixada – podem comprovar a necessidade e urgência da recuperação dessa
importante rodovia estadual.
De olho nos Deputados Federais e Senadores
O povo maranhense, não diferente de toda a população
brasileira, assiste às peripécias dos seus deputados federais e senadores.
Agora é a hora de mostrar que de fato representam o povo ou a uma elite
empoderada. Nessa novela, cujos atores e coadjuvantes são os nossos políticos,
a população assiste incrédula à postura cínica da maioria dos nossos deputados
e senadores. A população manda avisá-los de que no próximo ano, tem-se a
prestação de contas de suas ações de hoje. Nós, o povo, estamos de olhos
atentos e vigilantes!
Recurso
Diante da decisão do juiz Ivis Monteiro da comarca de São
João Batista, que cancelou o seletivo que a Prefeitura de São João Batista iria
realizar para a contratação temporária de servidores, não caberia outra ação,
por parte do Prefeito João Dominice senão entrar com recurso junto ao Tribunal
de Justiça. A decisão do juiz é questionável, pois apenas para alguns cargos
fora permitida a realização do seletivo, julgando assim indispensável. O que
muitos se perguntam é: “e os vigias para as escolas, as zeladoras, as
merendeiras, os auxiliares administrativos não são imprescindíveis para o
funcionamento destes setores”? A população espera resposta para muitas desta
indagações, como espera também que os doutos representantes do Ministério
Público e do Juizado, possam pactuar com o poder executivo para uma plena
governabilidade em São João Batista. Assim, todos ganharão com certeza e a
cidade agradece.
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