Cidade do Vaticano (RV) – “Como Santo Inácio de Loyola, deixemo-nos conquistar pelo Senhor Jesus e, guiados por Ele, coloquemo-nos ao serviço do próximo.” Esta é a mensagem do Papa Francisco no Twitter, no dia em que a Igreja recorda o Santo fundador da Companhia de Jesus.
Se é um dia um dia especial para os jesuítas em todo o
mundo, o é também para o Papa Francisco, que pertence à Companhia. Em 2014, o
Papa festejou a data com seus confrades na Cúria Geral, que fica a dois passos
da Praça S. Pedro.
A última vez que almoçou com eles foi no dia 12 de
fevereiro deste ano, por ocasião da despedida do Pe. Adolfo Nicolás, Prepósito
da Companhia de 2008 a 2016, que agora desempenha sua missão nas Filipinas.
Discernimento
Desde outubro do ano passado, esta função é desempenhada
pelo venezuelano Arturo Sosa, que em entrevista à Rádio Vaticano falou dos dois
grandes desafios da Companhia hoje:
“Eu gostaria de sintetizar os desafios da Companhia em
dois grupos. O primeiro é como nós podemos entender a nossa melhor contribuição
à missão de reconciliação da Igreja que, segundo a 36ª Congregação Geral, tem
três dimensões: a reconciliação com Deus, a reconciliação dos homens entre si e
a reconciliação com a criação. Nós nos sentimos colaboradores deste processo,
pois compartilhamos a missão do Senhor entregue à Igreja.
A contribuição tem um
fundamento, e o fundamento é a fé. Portanto, o primeiro desafio é discernir
onde Deus trabalha neste momento da história humana e como o faz, para sermos seus
instrumentos e para colaborarmos àquilo que Ele faz.”
Desigualdade
Pe. Arturo Sosa afirma que é preciso olhar para os
crucifixos do mundo de hoje – mundo marcado pela desigualdade e pela pobreza.
“Sem justiça social, a reconciliação não é possível”, afirma, acrescentando que
é preciso entender as causas da injustiça e pensar em modelos alternativos de
convivência humana. “O desafio que temos diante de nós é buscar reconciliar
este processo, para garantir às futuras gerações uma vida melhor do que temos
hoje em meio à desigualdade e à pobreza.”
Conversão
O segundo grande grupo de desafios identificado pelo
Prepósito é adaptar a Companhia de Jesus aos tempos atuais, “colocar a
Companhia em condições de oferecer uma colaboração mais eficaz a esses desafios”.
Para o sacerdote venezuelano, isso começa com a conversão pessoal, com a
conversão da vida comunitária e, a mais difícil, a conversão institucional.
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