quarta-feira, 16 de maio de 2018

Edson Fachin autoriza inquérito que investiga repasse de R$ 40 mi da J&F a senadores do MDB

Jornal do Brasil

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin pediu, ontem (15), abertura de inquérito para apurar repasses de R$ 40 milhões da J&F a políticos da cúpula do MDB. O montante teria sido distribuído aos nomes fortes da sigla durante a campanha eleitoral de 2014. O pedido de Fachin foi registrado no sistema do STF nesta quarta-feira (16).

Edson Fachin atendeu a pedido da Procuradoria Geral da República (PGR), que demandou abertura de inquérito em abril passado. Segundo Raquel Dodge, a decisão deveria ser acatada por conta das colaborações premiadas de Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro, e de Ricardo Saud, executivo da J&F.

Em sua delação premiada, Sérgio Machado afirmou que fez o repasse de propina para pelo menos 25 políticos de diferentes partidos, dentre os quais MDB, PT, PSDB e DEM.

Os pedidos de doações eram realizados pelos próprios políticos. Machado, então, solicitava o repasse às empreiteiras que tinham contratos com a Transpetro: "Embora a palavra propina não fosse dita, esses políticos sabiam ao procurarem o depoente que não obteriam dele doação com recursos do próprio, enquanto pessoa física, nem da Transpetro, e sim de empresas que tinham relacionamento contratual com a Transpetro", afirmou.

Machado também disse nos depoimentos que a JBS, empresa do Grupo J&F, teria feito doações à bancada do MDB no Senado em 2014. Os R$ 40 milhões direcionados ao partido teriam sido pedido do PT.

Entre os beneficiados, figuram os emedebistas Renan Calheiros, Romero Jucá, Jader Barbalho, Eunício Oliveira, Edison Lobão, Vital do Rêgo, Roberto Requião, Valdir Raupp e "outros".

Ricardo Saud, da J&F, corroborou a versão de Machado, garantindo que houve pagamento de R$ 46 milhões a senadores do MDB. De acordo com o delator, o Partido dos Trabalhadores estava comprando o apoio dos emedebistas para as eleições de 2014.

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