26 outubro 2018
Direitos humanos
Especialista de direitos humanos sobre produtos tóxicos
revela que problema causa uma de cada nove mortes; relatório apresentado na
Assembleia Geral das Nações Unidas destaca bebés que já nascem contaminados.
Um trabalhador morre a cada 30 segundos devido à
exposição a substâncias tóxicas no local de trabalho.
A informação consta de um informe do relator* de direitos
humanos sobre produtos tóxicos. No
informe divulgado esta quinta-feira, em Nova Iorque, Bascut Tuncak apela a
esforços a nível global para proteger a saúde dos trabalhadores e das
comunidades nos locais da intoxicação.
Morte
O documento já foi apresentado no Conselho de Direitos
Humanos, em Genebra, e destaca casos de vítimas de poluição tóxica na área
japonesa de Fukushima Daichi e de morte de crianças, mulheres jovens e idosos
nos Estados Unidos.
O especialista reitera os apelos que já foram feitos aos
governos a darem maior atenção à poluição atmosférica e à contaminação por
alimentos e substâncias tóxicas. Tuncak propõe uma negociação de “uma nova
estrutura” para lidar com o problema em todo o mundo.
O relatório indica que o número de vítimas fatais devido
à poluição é maior do que as do HIV/Sida, tuberculose e malária combinadas. A
contaminação do ambiente mata 8 milhões de pessoas por ano, o equivalente a uma
em cada nove mortes.
Ao todo, são 4,2 milhões de pessoas que durante esse
período perdem a vida devido à poluição do ambiente e 3,8 milhões pela
exposição à fumaça de fogões e de combustível.
Doenças Ocupacionais
De acordo com o informe, trabalhadores são explorados
sendo expostos a níveis elevados de substâncias químicas tóxicas e outras
substâncias perigosas. Por ano, mais de 2 milhões morrem de doenças
ocupacionais e quase 1 milhão por serem expostos a substâncias tóxicas.
O relator disse acreditar que os dados disponíveis sobre
as mortes, doenças e deficiências provocadas pela poluição estejam ainda abaixo
da realidade.
Para o relator, uma das razões que contribuem para esse
impacto adverso da contaminação é a transferência de indústrias poluidoras,
atividades e cadeias de suprimento de países desenvolvidos para nações em
desenvolvimento.
Graças ao avanço de tecnologias e metodologias se
compreendem melhor os impactos adversos de substâncias e resíduos perigosos e
foram revelados equívocos sobre essas exposições.
Perigo
De acordo com as novas descobertas, bebês em todo o mundo
nascem “pré-poluídos”.
O relatório destaca que mais de 200 substâncias perigosas
foram detetadas nos cordões umbilicais e na placenta, incluindo elementos
tóxicos de produtos de consumo, embalagens alimentos e poluição do ar.
De acordo com o informe, as crianças não somente as
únicas expostas a substâncias com toxicidade conhecida e desconhecida de várias
fontes em períodos sensíveis, mas também são expostas em níveis mais altos do
que os adultos.
Milhões de menores de idade deixam de ter seu
desenvolvimento máximo por causa da exposição a substâncias perigosas antes
mesmo que possam começar a exercer seu direito fundamental de serem ouvidas.
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