sábado, 3 de novembro de 2018

Antonio Gonçalves Dias - Por Fernando Braga

Caxias – MA, 10/08/1823 - Nos Atins das costas de Guimarães – MA, no naufrágio do Navio ‘Ville de Boulogne’, em 03.11.1864.

“É mentira! Não morri!” *.

Fernando Braga


Partiste doente de Portugal.
Apenas charutos e conhaque
acompanharam-te na travessia,
para amenizar-te o frio e a dor,
tal qual depôs um dos marujos
sobreviventes ao naufrágio...

Tua morte fora antes anunciada.
Surpreso escreveste ao Plutarco
Maranhense, teu querido amigo,
Antônio Henriques Leal:
para ser anotado para sempre:
“É mentira! Não morri!
nem morro nunca mais!”
[...]
Depois, somente as palmeiras,
nos baixios de Atins te viram
e cantaram contigo saudades
da ‘Canção do Exílio’.
De cá, no Largo dos Amores,
a lira da poesia
e a máscara da tragédia
inda choram da fereza e morte!...
---------------------------
* Fernando Braga, in “O Puro Longe”, 2012.
Ilustração: Gravura de GD, ‘O Poeta da Raça"


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Este blog só aceita comentários ou críticas que não ofendam a dignidade das pessoas.

Busca