Mónica Ferro explica como Portugal se tornou no sexto
país do mundo mais seguro para dar à luz; alguns países lusófonos registam
taxas de mortalidade infantil e materna elevadas.
A diretora do Escritório do Fundo das Nações Unidas para
a População, Unfpa, em Genebra, considera que a qualidade da saúde materna em
Portugal é “inspiradora”.
Em entrevista à ONU News, em Nova Iorque, Mónica Ferro
explicou o papel da agência e do Fundo das Nações Unidas para a Infância,
Unicef, na melhoria das condições de saúde para mães e filhos naquele país
europeu.
Apoio
“Foi com a ajuda destas duas organizações internacionais
que deram apoio técnico, que treinaram parteiras, que reformaram hospitais, que
deram acesso a métodos de planeamento familiar, que o país é o sexto do mundo
onde é mais seguro estar grávida dar à luz. Portanto, é uma história de
inspiração.”
Em Portugal, segundo dados do Instituto Nacional de
Estatística do país, o número de mortes devido a gravidez ou após o parto caiu
de 115 para 7 por cada 100 mil nascimentos entre 1960 e 2016,
Evolução
O Unfpa atua em todos os países lusófonos para garantir que mais mulheres e
meninas têm acesso à saúde sexual e reprodutiva mas a diretora do Unfpa lembra
que há muito a fazer.
“Nos outros países o panorama é bastante distinto, ou
seja, embora haja em todos eles um caminho no sentido de garantir ao acesso à
saúde sexual e reprodutiva, e essa é de facto a grande função do Fundo das
Nações Unidas para a População, a verdade é que que os desempenhos são bastante
distintos. As taxas de mortalidade materna ainda são relativamente altas, em
alguns países são bastante altas, e a taxa de mortalidade infantil também.”
De acordo com o relatório “O Estado da População
Mundial”, recentemente publicado pelo Unfpa, entre os lusófonos, em 2015, a
taxa de mortalidade materna mais elevada registou-se na Guiné-Bissau com 549
mortes por cada 100 mil nascimentos. Moçambique e Angola seguem-se com 489 e
477 óbitos por cada 100 mil nascimentos, respetivamente.
Filhos
O relatório dá ainda conta de que são poucos os que têm
os filhos que desejam. Por um lado, no mundo desenvolvido, os constrangimentos
económicos explicam em parte a redução do número de filhos.
Já no mundo em desenvolvimento a realidade é oposta.
Mónica Ferro menciona algumas das razões para que a maioria tenha mais filhos
do que aqueles gostaria.
“Verificamos que há um número crescente de mulheres que
têm acesso ao planeamento familiar, mas verificamos também que no mundo em
desenvolvimento há 214 milhões de mulheres que querem ter acesso e que não têm
poder de escolha, ou seja, que não têm ou acesso aos meios, à informação, ou o
poder para tomar essa decisão.”
Para o Unfpa a prioridade deve passar por garantir o
acesso todos à saúde sexual e reprodutiva para que possam decidir de forma
informada e consciente o número de filhos que desejam ter.
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